Opromotor de Justiça Nelson
Medrado, que investiga
os escândalos na
Assembleia Legislativa do
Pará (Alepa), ouviu em depoimento
a servidora Paulina
do Socorro da Costa
Nascimento, chefe da Seção
Administrativa de Pessoal
da Alepa. Paulina foi chamada
a depor após o promotor
verificar, por meio de
documentos enviados pela
Fundação Hemopa, que a
servidora atestava as frequências
da médica Paula Roberta
Ferreira da Silva, que
era concursada do Hemopa
e estava cedida à Assembleia
Legislativa do Estado.
Segundo as investigações do
MP, Paula não comparecia a
nenhum dos órgãos e, ainda
assim, embolsava normalmente
os dois vencimentos,
que totalizavam quase R$
7 mil ao mês. A informação
do MP é que, atualmente, a
médica está trabalhando em
hospitais de São Paulo.
Em depoimento prestado
na segunda-feira, 29, Paulina
disse ao promotor Nelson
Medrado que, desde 2007,
era responsável por atestar a
frequência de todos os acolhidos
na Alepa (servidores
cedidos de outros órgãos).
No entanto, a servidora relatou
que agia sob ordens da
Presidência da Alepa ou da
direção do departamento
- cargo ocupado por diferentes
pessoas no período, entre
elas: Mônica Pinto, Vera
Coelho e Marcos Almeida.
Paulina disse ainda que, ao
assinar os atestados, não verificava
se o servidor tinha
efetiva frequência na Casa. A
servidora disse que não podia
afirmar se a médica comparecia
ou não ao expediente,
pois sua atribuição era
apenas “atestar a frequência
sem questionamentos”.
O promotor Nelson Medrado
já se prepara para entrar
com a ação de improbidade
administrativa contra
a médica e contra o ex-deputado
Domingos Juvenil,
que ocupava a presidência
da Assembleia Legislativa
no período. A ação deverá
pedir que a médica e Juvenil
sejam responsáveis por ressarcir
os cofres públicos em
R$ 241.282,12, valor que Paula
Roberta recebeu indevidamente.
“No seu depoimento,
a servidora Paulina deixou
bem claro que a ordem para
atestar a frequência vinha de
cima, inclusive da Presidência,
portanto o gestor também
deverá ser responsabilizado.
Ela disse ainda que
é comum na Assembleia os
acolhidos não terem frequência”,
disse o promotor.
A médica Paula Roberta
Ferreira da Silva foi contratada
pela Alepa em 2007, lotada
na Divisão de Saúde da
Casa, onde recebia um salário
de mais de R$ 3 mil. No
entanto, em 2008, a médica
foi aprovada em concurso
público e passou a trabalhar
na Fundação Hemopa
de Castanhal, onde seu vencimento
era de R$ 3.497. Um
ano depois, em 2009, Paula
Roberta foi cedida para
a Assembleia Legislativa,
desta vez para o gabinete da
Presidência, à época, ocupada
pelo peemedebista Domingos
Juvenil. De acordo
com as investigações do Ministério
Público, no entanto,
Paula acumulou os dois cargos
desde 2008, mesmo sem
efetivamente comparecer a
nenhum deles.
MORGADO
O promotor Nelson Medrado
também vai oferecer
nos próximos dias ação de
improbidade administrativa
contra a deputada estadual
Simone Morgado (PMDB),
a ex-servidora Ana Mayra
Mendes Leite Cavalcante -
que trabalhou no gabinete
da deputada - e a funcionária
da Casa e mãe de Mayra,
Maria Márcia Mendes Leite
Cavalcante.
A ação deverá pedir o ressarcimento
de R$ 81.416,16
aos cofres públicos por conta
dos salários e tíquetes recebidos
indevidamente pela
servidora.
A advogada Ana Mayra
trabalhou de 2009 a junho
deste ano no gabinete da
deputada Simone Morgado.
Durante oito meses, cursou
pós-graduação em Portugal,
mas continuou recebendo o
salário de mais de R$ 2 mil
sem comparecer à Casa. A
mãe dela, Maria Márcia Leite,
seria pessoa que retirava
os tíquetes alimentação e as
cestas básicas da filha enquanto
esta esteve fora. A
deputada negou que a moça
fosse lotada em seu gabinete,
mas as investigações
levaram o MP a crer que a
deputada tinha pleno conhecimento
da situação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário