sábado, 7 de janeiro de 2012

Retrospectiva Estadual - Parte I

O Governo Federal e o estado do Pará

Belo Monte - A Hidrelétrica de Belo Monte começa a sair do papel. Acompanhado de protestos de alguns movimentos locais e de artistas nacionais, 2011 marca a consolidação do início das obras diante de intensas batalhas jurídicas.

Canteiro de obras de Hidrelétrica Belo Monte - Foto: Google Imagens

O governo federal e o consórcio construtor, liderado pela Norte Energia, lançam o Plano de Desenvolvimento Regional do Xingu.

No segundo semestre, o governo federal enfrenta protestos e abre negociações com movimentos sociais que optaram por não se oporem a Belo Monte, mas que exigem que as condicionantes sejam cumpridas e cobram que a pauta social ande na mesma velocidade que as obras do empreendimento.

A volta dos tucanos ao governo do Estado - Se analisado do ponto de vista das esquerdas podemos afirmar que a sociedade brasileira assistiu perplexa o retorno dos tucanos ao governo do Pará, depois de um só mandato do governo petista.

Passado um ano do governo de Simão Jatene, podemos, sob a ótica da oposição, concluir que ainda não disse (o governo) para que veio.

Sua forma de atuação (já conhecida) se pauta por ações de governo, mesmo que de pequeno impacto, acompanhada de um bom plano de marketing.

Este primeiro ano do governo Jatene também foi marcado por crises como a da saúde e da segurança pública.

Houve a morte de bebês gêmeos na Santa Casa, por omissão de socorro à mãe gestante. Um caso que ganhou manchete nacional.

Na segurança pública, assistimos, estarrecidos, o avanço do crime organizado, que invade e domina quartéis da Polícia Militar, que explode bancos e caixas eletrônicos.

Mas, o que mais choca a população são as chacinas. Há forte suspeita de participação de militares no que chamam de grupos de extermínio.

Primeira chacina de grande repercussão no Pará aconteceu em Abaetetuba. Entre a tarde do dia 3 e a madrugada do dia 4 de junho, a população do município, vivenciou aterrorizada uma sequência de assassinatos que teve início com a morte de um PM e culminou na morte de 5 pessoas. No município de Santa Izabel, uma família inteira foi morta. O distrito de Icoaraci chegou às manchetes nacionais como palco da terceira maior chacina ocorrida no Pará nos últimos 20 anos. 6 adolescentes entre 12 e 17 anos foram executados a tiros em frente à residência de dois deles e na frente de vizinhos. A suspeita é de que policiais estão envolvidos no caso.

Estas são marcas que o governo Jatene deixa no seu primeiro ano de governo.

Marcas negativas que nenhum marketing conseguirá apagar.

Retrospectiva Nacional Parte I

VAMOS FAZER JUNTOS A RETROSPCTIVA 2011: Eu inicio e você completa. Coloque aqui o que você considera fatos relevantes no Brasil e no Pará. Eu priorizei a política, mas você pode priorizar outras áreas, inclusive fatos internacionais. Fique a vontade.
Retrospectiva Nacional 2011

Uma mulher na presidência - O povo brasileiro faz história. Em janeiro, toma posse a primeira mulher presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.

Sua eleição representou um avanço na quebra do preconceito contra as mulheres. Foi eleita pela força da liderança do presidente Lula que sai fortalecido politicamente ao eleger sua sucessora.

Ao eleger Dilma, Lula consolida ainda mais um projeto de poder, e de governo sob hegemonia do PT. Em contraponto o PSDB permanece liderando a oposição.

Um ano do governo Dilma - Ao tomar posse, Dilma Rousseff reafirmou que seu governo será de continuidade do governo Lula. Sua grande meta: zerar a miséria no Brasil e diminuir a pobreza.

Além disso, a nova presidenta sinaliza com a possibilidade de fazer algumas reformas que não foram possíveis serem feitas durante os oito anos do governo de Lula.

Em 2011, Dilma enfrentou com segurança duas crises: uma externa e outra interna.

A crise financeira internacional, o Brasil tirou de letra. Dilma promoveu um ajuste fiscal, diminuindo os investimentos no país. Mas, manteve recursos para os programas sociais e de infraestrutura do governo.

A crise política que levou a exoneração de sete ministros, não arranhou a imagem da presidenta. Pelo contrário, o combate à corrupção foi a grande marca de Dilma. Há de se considerar que os envolvimentos destes ministros em supostos atos de desvios de recursos públicos e suas exonerações contribuíram em muito para a desmoralização da classe política.


VAMOS FAZER JUNTOS A RETROSPCTIVA 2011

Eu inicio e você completa. Comente aqui o que você considera fatos relevantes no Mundo Brasil e no Pará. Eu priorizei a política, mas você pode priorizar outras áreas, inclusive fatos internacionais. Fique a vontade.


Retrospectiva internacional

A Primavera Árabe

A Primavera Árabe, conhecida como uma série de revoltas contra regimes duradouros e repressivos, que vêm ocorrendo no Oriente Médio e no Norte da África desde 18 de dezembro de 2010, pode representar a maior redistribuição de forças no tabuleiro geopolítico global desde o fim do comunismo no Leste Europeu. Até a data, tem havido revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia; grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Síria, Omã e Iémen e protestos menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais.
No rastro dos acontecimentos, os governos déspotas da região que estavam há décadas no poder caíram, uns de maduro, outros com uma ajudinha internacional. Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen tiveram seus ditadores alijados do poder. Assad e seu Partido Baath, na Síria, ainda lutam para nele permanecer.

E dois inimigos do mundo ocidental - entendam EUA e aliados - acabaram caindo: Osamba bin Laden, poucos meses antes do décimo aniversário do 11 de setembro, e Muammar Kaddaffi, ditador da Líbia. O mundo árabe seguirá em evidência em 2012.

02/01 - O ex presidente do Egito, Hosni Mubarak, repousa em maca ao ser levado para tribunal em que será julgado no Cairo, Egito.
Foto: Msn notícias.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Inflação está em trajetória de queda e seguirá recuando em 2012

Fonte: Blog do Planalto

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou hoje (6) em nota que a meta para a inflação foi cumprida em 2011 pelo oitavo ano consecutivo e que, em 2012, “a inflação ao consumidor seguirá recuando”. Segundo levantamento do IBGE divulgado hoje, a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011 foi de 6,5%.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Faleiro nesta sexta no Bom Dia Santarém

O deputado estadual Aírton Faleiro será o entrevistado nesta sexta-feira, dia 6, no telejornal Bom Dia Santarém exibido às 6h30 pela TV Tapajós, afiliada a Rede Globo.

O parlamentar fará um balanço de suas atividades em 2011.

45 municípios paraenses receberão verbas para o combate à dengue

O governo federal aprovou os projetos de combate à dengue de 1.159 municípios, que irão receber 20% a mais do que os repasses regulares do Teto de Vigilância e Promoção à Saúde para o combate à doença. Ao todo, serão R$ 92,8 milhões adicionais. Segundo o Ministério da Saúde, as ações beneficiarão mais de 100 milhões de pessoas.

O número de municípios selecionados é 17% maior do que os 989 previstos em outubro do ano passado, quando foi lançando o conjunto de ações estratégicas para enfrentamento da dengue neste verão. Os recursos serão transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos do Distrito Federal e Municipais de Saúde.

O Pará tem 45 municípios contemplados.

PA

Abaetetuba

138.330,45

PA

Altamira

188.133,58

PA

Ananindeua

645.764,21

PA

Barcarena

92.003,22

PA

Belém

2.511.334,08

PA

Benevides

69.513,26

PA

Bom Jesus do Tocantins

14.881,81

PA

Bragança

106.509,37

PA

Breves

117.984,09

PA

Cametá

118.992,31

PA

Capanema

63.671,76

PA

Capitão Poço

53.364,92

PA

Castanhal

177.926,88

PA

Conceição do Araguaia

49.565,44

PA

Curionópolis

18.863,00

PA

Dom Eliseu

49.624,15

PA

Floresta do Araguaia

17.209,86

PA

Igarapé-Açu

36.519,41

PA

Igarapé-Miri

67.309,58

PA

Marabá

236.175,77

PA

Marituba

152.054,87

PA

Monte Alegre

82.571,27

PA

Novo Progresso

61.263,34

PA

Ourilândia do Norte

34.918,56

PA

Paragominas

119.228,44

PA

Parauapebas

147.976,15

PA

Pau d'Arco

7.307,60

PA

Primavera

10.961,11

PA

Redenção

78.014,47

PA

Rio Maria

19.346,73

PA

Salinópolis

39.042,17

PA

Salvaterra

18.380,03

PA

Santa Bárbara do Pará

17.985,67

PA

Santa Isabel do Pará

55.020,20

PA

Santa Maria das Barreiras

23.014,98

PA

Santarém

288.233,54

PA

São Domingos do Araguaia

22.437,62

PA

São Geraldo do Araguaia

34.779,89

PA

São Miguel do Guamá

45.249,59

PA

Sapucaia

6.211,03

PA

Soure

23.962,24

PA

Tucumã

33.663,24

PA

Tucuruí

102.712,76

PA

Vigia

45.724,82

PA

Xinguara

46.398,62

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Prefeitura de Santarém regulariza terrenos. O Liberal

Clique na imagem para ampliar.

O desafio da esquerda mundial após 2011

Prezados da blogosfera,

Recebi este artigo do amigo Guilherme Carvalho e recomendo a leitura, muito interessante. Abraços!


Por Immanuel Wallerstein, do Outras Palavras
Tradução por Daniela Frabasile

Por qualquer ângulo, 2011 foi um bom ano para a esquerda mundial – seja qual for a abrangência da definição de cada um sobre a esquerda mundial. A razão fundamental foi a condição econômica negativa, que atinge a maior parte do mundo. O desemprego, que era alto, cresceu ainda mais. A maioria dos governos enfrentou grandes dívidas e receita reduzida. A resposta deles foi tentar impor medidas de austeridade contra suas populações, ao mesmo tempo em que tentavam proteger os bancos.

O resultado disso foi uma revolta global daquilo que o movimento Occuppy Wall Street chama de “os 99%”. Os alvos eram a excessiva polarização da riqueza, os governos corruptos, e a natureza essencialmente antidemocrática desses governos — tenham eles sistemas multipartidários ou não.

O Occuppy Wall Street, a Primavera Árabe e os Indignados não alcançaram tudo o que esperavam. Mas sim conseguiram alterar o discurso mundial, levando-o para longe dos mantras ideológicos do neoliberalismo — para temas como desigualdade, injustiça e descolonização. Pela primeira vez em muito tempo, pessoas comuns passaram a discutir a natureza do sistema no qual vivem. Já não o vêem como natural ou inevitável…

A questão para a esquerda mundial, agora, é como avançar e converter o sucesso do discurso inicial em transformação política. O problema pode ser exposto de maneira muito simples. Ainda que exista, em termos econômicos, um abismo claro e crescente entre um grupo muito pequeno (o 1%) e outro muito grande (os 99%), a divisão política não segue o mesmo padrão. Em todo o mundo, as forças do centro-direita ainda comandam aproximadamente metade da população mundial, ou pelo menos daqueles que são politicamente ativos de alguma forma.
Portanto, para transformar o mundo, a esquerda mundial precisará de um grau de unidade política que ainda não tem. Há profundos desacordos tanto sobre a objetivos de longo prazo quanto sobre táticas a curto prazo. Não é que esses problemas não estejam sendo debatidos. Ao contrário, são discutidos acaloradamente, e pouco progresso tem sido feito para superar essas divisões.

Essas discordâncias são antigas. Isso não as torna fáceis de resolver. Existem duas grandes divisões. A primeira é em relação a eleições. Não existem duas, mas três posições a respeito. Existe um grupo que suspeita profundamente de eleições, argumentando que participar delas não é apenas politicamente ineficaz, mas reforça a legitimidade do sistema mundial existente.
Os outros acham que é crucial participar de processos eleitorais. Mas esse grupo está dividido em dois. Por um lado, existem aqueles que afirmam ser pragmáticos. Eles querem trabalhar de dentro – dentro dos maiores partidos de centro-esquerda quando existe um sistema multipartidário funcional, ou dentro do partido único quando a alternância parlamentar não é permitida.

E existem, é claro, os que condenam essa política de escolher o mal menor. Eles insistem que não existe diferença significativa entre os principais partidos e são a favor de votar em algum que esteja “genuinamente” na esquerda.

Todos estamos familiarizados com esse debate e já ouvimos os argumentos várias vezes. No entanto, está claro, pelo menos para mim, que se não houver algum acordo entre esses três grupos em relação às táticas eleitorais, a esquerda mundial não tem muita chance de prevalecer a curto ou a longo prazo.

Acredito que exista uma forma de reconciliação. Ela consiste em fazer uma distinção entre as táticas de curto prazo e as estratégias a longo prazo. Concordo totalmente com aqueles que argumentam que obter poder estatal é irrelevante para as transformações de longo prazo do sistema mundial – e possivelmente as prejudica. Como uma estratégia de transformação, foi tentada diversas vezes e falhou.

Isso não significa que participar nas eleições seja uma perda de tempo. É preciso considerar que uma grande parte dos 99% está sofrendo no curto prazo. Esse sofrimento é sua preocupação principal. Tentam sobreviver, e ajudar suas famílias e amigos a sobreviver. Se pensarmos nos governos não como agente potencial de transformação social, mas como estruturas que podem afetar o sofrimento a curto prazo, por meio de decisões políticas imediatas, então a esquerda mundial se verá obrigada a fazer o que puder para conquistar medidas capazes de minimizar a dor.

Agir para minimizar a dor exige participação eleitoral. E o debate entre os que propõem o menor mal e os que propõem apoiar partidos genuinamente de esquerda? Isso torna-se uma decisão de tática local, que varia enormemente de acordo com vários fatores: o tamanho do país, estrutura política formal, demografia, posição geopolítica, história política. Não há uma resposta padrão. E a resposta para 2012 também não irá necessariamente servir para 2014 ou 2016. Não é, pelo menos para mim, um debate de princípios. Diz respeito, muito mais, à situação tática de cada país.

O segundo debate fundamental presente na esquerda é entre o desenvolvimentismo e o que pode ser chamado de prioridade na mudança da civilização. Podemos observar esse debate em muitas partes do mundo. Ele está presente na América Latina, nos debates fervorosos entre os governos de esquerda e os movimentos indígenas – por exemplo na Bolívia, no Equador, na Venezuela. Também pode ser acompanhado na América do Norte e na Europa, nos debates entre ambientalistas/verdes e os sindicatos, que priorizam manutenção dos empregos já existentes e a expansão da oferta de emprego.

Por um lado, a opção desenvolvimentista, apoiada por governos de esquerda ou por sindicatos, sustenta que sem crescimento econômico, não é possível enfrentar as desigualdades econômicos do mundo de hoje – tanto as que existem dentro de cada país quanto as internacionais. Esse grupo acusa o oponente de apoiar, pelo menos objetivamente e talvez subjetivamente, os interesses das forças de direita.

Os que apoiam a opção anti-desenvolvimentista dizem que o foco em crescimento econômico está errado em dois aspectos. É uma política que leva adiante as piores características do sistema capitalista. E é uma política que causa danos irreparáveis – sociais e ambientais.
Essa divisão parece ainda mais apaixonada, se é que é possível, que a divergência sobre a participação eleitoral. A única forma de resolver isso é com compromissos, diferentes em cada caso. Para fazer com que isso seja possível, cada grupo precisam acreditar na boa fé e nas credenciais de esquerda do outro. Isso não será fácil.

Essas diferenças poderão ser superadas nos próximos cinco ou dez anos? Não tenho certeza. Mas se não forem, não acredito que a esquerda mundial possa ganhar, nos próximos vinte ou quarenta anos, a batalha fundamental. Nela se definirá que tipo de sistema sucederá o capitalismo, quando este sistema entrar definitivamente em colapso.