
Os comunitários reclamaram que vivem a mais de 30 anos
entorno da Hidrelétrica e continuam na escuridão. "Já estamos cansados de
promessas e reuniões, ou temos resposta concreta ou ocupamos a hidrelétrica ainda
hoje", disse Maria Soares, 52 anos,
moradora da comunidade de Santa Maria, acompanhada por outras
lideranças.
Na tentativa de gerenciar o conflito, o Deputado
Airton Faleiro esclareceu que as seis comunidades: Santa Maria, Cícero Mendes, São Pedro, Moreá,
Bom Futuro e Enseada do Corta Corda serão atendidas ainda este ano com 250 ligações
elétricas. Mas concordou que as demais comunidades contam apenas com projeto de
estudo técnico, no entanto, não estão incluídas para serem atendidas
agora. "Vocês precisam decidir se o melhor caminho é ocupar a Usina hoje ou dar uma nova chance de
negociação para a inclusão das famílias não contempladas no sexto contrato. Se
optarem pelo segundo caminho me comprometo em agendar uma audiência no
Ministério de Minas e Energia com a participação da coordenação nacional do
PLPT, com a presença da CELPA e
ELETRONORTE para negociarmos um contrato especial, o qual vocês tem direito com
a inclusão das famílias não contempladas
no quinto contrato para serem atendidas no sexto", propôs o parlamentar.
Ao final, o coordenador da reunião, vereador de Mojuí dos
Campos - Bazinho, encaminhou pelo deslocamento de oito lideranças, de duas
comissões que tratam sobre assunto, para irem ainda este mês à Brasília
negociar com governo Federal.
"Vamos dar a última chance, se o resultado dessa
reunião não for positivo vamos ocupar a hidrelétrica e só vamos sair quando
nossa reivindicação for atendida", afirma Maria das Graças Torres, da
Comunidade de Santa Terezinha.
Paralelo à discussão da eletrificação rural, as comunidades
solicitaram que fosse incluído na pauta de negociação em Brasília, a
compensação dos impactos socioambientais provocados pela baixa do nível das
águas do rio, causada pelo uso excessivo além da cota mínima pré estabelecida na geração de energia, no rio Curuá- Una. "O baixo nível do rio
compromete nossa navegação,
abastecimento de água para consumo,
morte das plantas e criação de peixe. Queremos solução para isso,
inclusive negociação", reivindicou o comunitário Raimundo Soares, da comunidade Vista
Alegre.