sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Caso Brasília: NOTA

Foi com imenso pesar que recebi a notícia de que os três acusados pelo assassinato de Bartolomeu Morais da Silva, o “Brasília”, foram absolvidos.

O sentimento de impunidade, acredito, agora se instala no coração daqueles que clamavam pela justiça. Justiça esta que não foi feita à Brasília e aos seus familiares.

Enquanto acompanhava o julgamento dos acusados a minha expectativa era de que enfim os culpados pela tortura e morte do sindicalista, cidadão e meu amigo Brasília teriam a sua punição. Punição pela ganância e total falta de respeito ao semelhante e à vida.

Agora o que me acomete, além da indignação, é a vergonha. Como caso que teve repercussão nacional e até internacional, o que se esperava era que a justiça fosse feita, principalmente como forma de coibir a ação “daqueles que pensam estar acima da lei dos homens e de Deus e assim agem a serviço de seus próprios interesses”.

A Justiça paraense perdeu a oportunidade de mostrar ao Brasil e ao mundo, que esse tipo de crime está sendo combatido fortemente aqui. A sociedade continua a perder sua fé na justiça. Nós, da luta pelos direitos da pessoa do campo, perdemos um líder, um companheiro. E Brasília perdeu a vida.

Basta de impunidade!

Artigo: Significados da campanha da mídia para derrubar ministros, por Elói Pietá (do portal do PT)

A denúncia passou a ser sua arma política poderosa, que incide sobre o maior capital eleitoral dos políticos ou dos partidos, que é a sua reputação

A recente campanha das grandes empresas de mídia para derrubar ministros no primeiro ano do governo Dilma é mais uma demonstração de que elas são fortes agentes autonomeados da política. Isso vem de uma longa tradição.

Quando da campanha para derrubar Getúlio Vargas, que terminou no seu suicídio, os grandes órgãos da imprensa brasileira atacavam sistematicamente o seu governo, exceto o jornal Última Hora. Batalha semelhante foi travada nos episódios que resultaram na deposição de João Goulart. Nas campanhas presidenciais recentes todos são testemunhas da parcialidade da grande mídia. O episódio mais lembrado ocorreu em 1989, quando após o último debate entre Collor e Lula, na véspera do segundo turno da eleição, a TV Globo editou as cenas do debate a favor de Collor. Três anos depois, a mesma mídia que ajudou a elegê-lo teve papel decisivo para derrubá-lo. Tais campanhas políticas foram de grande importância, seja na mudança de governos, e, portanto, na mudança das políticas governamentais, seja até na instalação da ditadura militar. Em 2005 e 2006 ficou evidente o enorme esforço desta grande mídia para impedir a reeleição do presidente Lula, e, em conseqüência, para mudar a política econômica e voltar às políticas neoliberais que elas apoiavam e que tinham sido derrotadas pelo voto popular.

Como se vê, há na vida nacional uma espécie oculta de organizações partidárias sob o manto de denominações de TVs, rádios, jornais, revistas, que são comandados por poderosos grupos privados, que detém a propriedade cruzada de diversos meios de comunicação de massa, exercendo uma enorme influência midiática em todas as regiões do país.

A denúncia passou a ser sua arma política poderosa, que incide sobre o maior capital eleitoral dos políticos ou dos partidos, que é a sua reputação. A grande mídia destrói liminarmente este capital. Ela parte da presunção de culpa, ao contrário do princípio constitucional de presunção da inocência. A si ela atribui o mandato de executar o juízo moral sumário. A mídia privada brasileira encontrou este caminho de uma forma não propriamente original. Ela bebeu nas fontes do jornalismo inglês e norte-americano a missão autoconcedida de corregedores gerais da pátria, de guardiães da moralidade dos governos. E, a partir daí evoluiu para se transformar em partidos reais não assumidos.

As grandes empresas de mídia protegem os políticos que se afinam com seu pensamento sobre a economia e a sociedade, e atacam duramente os que divergem delas. Qualquer observatório da mídia há de encontrar inúmeros episódios da recente história brasileira que provam isso. Este é o lado partidário da mídia. Mas, por se tratarem de empresas diferentes a disputar um mercado, o denuncismo também é fruto da concorrência entre elas por um público sensível a este estilo, especialmente nas classes médias.

Nem sempre os projetos políticos futuros destes partidos ocultos são traçados com antecedência e clareza. Mas, o desdobrar dos acontecimentos tende a levar a uma conjunção de fatores que favorecem a adoção de uma estratégia política. Vimos isso na trajetória que resultou na derrubada de Vargas em 1954, de João Goulart em 1964, de Collor em 1992, e na tentativa de derrubar Lula em 2005.

O mais recente plano destas empresas privadas na política é a derrubada sistemática de ministros. Quando conseguem a cabeça de um, entra outro na pauta, e abre-se nova campanha. Não perdem tempo em aprofundar os fatos que fizeram cair os ministros anteriores. O que importa é a sequência de quedas e seu resultado político (e, de lucro, o prestígio do órgão da mídia pai da denúncia no mercado da informação). Agora o alvo é o ministro dos Esportes, Orlando Silva.

Ao querer a queda do ministro, vários resultados são buscados: um deles, sempre almejado, é o sistemático desgaste do governo, que não é o governo que as grandes empresas de mídia querem, apesar de a maioria do povo brasileiro querer; outro resultado pretendido no caso é jogar lenha nas críticas sobre os atrasos para as obras da Copa do Mundo (quem olha em retrospectiva a ação dessas empresas de mídia neste tema há de notar que na verdade elas não querem o sucesso do governo nas obras da Copa); pode haver outro resultado desejado, talvez favorecer a FIFA na disputa com o governo brasileiro, para depois criticar o governo por ceder à FIFA.

Juntando o histórico, os fatos recentes, e os atuais, vê-se que há um fio condutor de política pensada na aparente individualidade de cada fato. Há uma associação com propósito específico de concorrentes no mercado da informação, o que se poderia chamar uma cooperação antagônica. Sem dúvida, as grandes empresas privadas de mídia, além de mirar pontos no mercado, miram mais adiante o centro do governo. E, talvez, mais profundamente, mirem a deterioração da confiança coletiva na política praticada pelos políticos e pelos partidos formalmente registrados (rivais alguns, aliados outros, dos partidos ocultos da mídia privada). Se for isso, há uma tentativa de preparar a consciência popular para governos fora das regras atuais, de qual tipo não se sabe hoje, pois só a aproximação das condições propícias poderá a eles mesmos esclarecer. Tal meta pareceria impossível, mas não é, porque já se viu ocorrer no passado. Várias destas empresas da comunicação, não faz muito tempo, contribuíram para o golpe militar, associaram-se à ditadura, abandonaram-na no momento em que esta não mais lhes serviu.

Quando o PT no seu recente 4º Congresso reafirmou a necessidade do debate sobre a democratização da comunicação no Brasil, de imediato a grande mídia procurou demonizar este debate. As poucas empresas que controlam a comunicação de massa, que não querem a democratização desta área essencial à sociedade moderna, atacaram a proposta do PT de abrir o debate no Congresso Nacional sobre um marco regulador da comunicação social que amplie as possibilidades de livre expressão do pensamento e amplie o acesso da população a todos os meios. O PT reafirmou que para si, como para nossa presidenta Dilma, é questão de princípio repudiar qualquer tentativa de censura à liberdade de imprensa. Por isso, só um projeto claro em debate público no Congresso Nacional é que vai esfumaçar os fantasmas que se criam para refrear qualquer tentativa de avanço da democracia na área da comunicação de massa. Os fatos recentes da campanha para a derrubada de ministros e a forma como notícias seletivas são alardeadas e notícias outras são sufocadas, reafirma a atualidade deste debate no Congresso Nacional e na sociedade.

Elói Pietá é secretário Geral Nacional do PT

Tapajós: Seminário perspectivas para emancipação

A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) realiza nos dias 26 e 27 de outubro de 2011, em Santarém (PA), o Seminário “Perspectivas de Emancipação do Estado do Tapajós”. Aberto ao público e à comunidade acadêmica, o evento acontecerá no Auditório do Centro de Formação Interdisciplinar, situado na entrada do Campus Tapajós, no bairro do Salé.

Organizado pelo GT-Tapajós, formado por professores da UFOPA, o evento visa a promover um amplo debate com a população da região sobre a divisão do território do Pará para a criação de novas unidades federativas, como o estado do Tapajós, na região Oeste do Pará, área de atuação da UFOPA.

CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR.

Agenda hoje em Belterra

Hoje o deputado está em Belterra, onde participa de plenária do Governo itinerante promovido pela prefeitura municipal. Participam também lideranças comunitárias e o objetivo é possibilitar o diálogo entre governo e comunidade com relação às demandas locais.

Julgamento do caso Brasília: réus são absolvidos

Diário do Pará


Julgamento do caso Brasília: réus são absolvidos (Foto: Reprodução/ DOL)

(Foto: Reprodução/ DOL)

Juvenal Oliveira da Rocha, Alexandre Manuel Trevisan e Márcio Antônio Sator foram absolvidos da acusação de homicídio qualificado contra o sindicalista Brasilia, de Castelo dos Sonhos, região de Altamira sudoeste do Pará.

A sessão, que começou em torno de 08h, presidida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, do 2º Tribunal do Júri de Belém encerrou à meia noite, com a leitura da sentença que absolveu os acusados. Durante a manhã foram ouvidas seis testemunhas no total, sendo a primeira e única testemunha da promotoria. Na parte da tarde, após almoço, os acusados foram interrogados e negaram a prática do crime, mas, não souberam explicar porque foram denunciados e posteriormente pronunciados para serem submetidos a júri popular. A promotoria retornou à réplica e reforçou a acusação contra os acusados.

Este foi o segundo júri dos acusados de matar o sindicalista, que atuava como delegado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira. Antes de ser executado, Brasília foi torturado, teve braços e pernas decepadas e recebeu vários disparos de arma de fogo na área da nuca e da cabeça. No primeiro julgamento, realizado em 19/06/2009, o Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri de Belém rejeitou a acusação por maioria de votos, não reconhecendo os três acusados como responsáveis pelo crime. Houve recurso de apelação que resultou na anulação do julgamento. Meses antes de ser morto o sindicalista denunciou as ameaças anônimas de morte, afirmando que se alguma coisa lhe acontecesse os responsáveis seriam fazendeiros e madeireiros da região de Altamira. (DOL com informações do TJ/PA).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Estudantes da UFRA apresentam projetos de iniciação científica




Mais de oitocentos estudantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), dos pólos de Belém, Parauapebas e Paragominas, participam nos dias 19,20 e 21 de outubro, do nono Seminário Anual de Iniciação Científica, que está sendo realizado na sede da universidade, no bairro da Terra Firme.
Junto com o seminário, acontece também o Primeiro Simpósio de Cadeias Produtivas e Desenvolvimento Sustentado da Amazônia e o Terceiro Seminário de Pesquisa da UFRA.
O evento tem como objetivo avaliar e divulgar os trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos discentes de iniciação científica, bolsistas ou não do Programa de Iniciação Científica (PIBIC), compreendido entre os anos de 2010 e 2011.
Este ano serão apresentados 175 trabalhos. “Houve um bom crescimento da produção de iniciação científica”, diz Leila Sobral Sampaio, presidente do seminário e coordenadora do PIBIC.
Segundo a coordenação, houve uma evolução qualitativa do seminário porque os organizadores criaram um site que possibilitou a divulgação e facilitou a inscrição e a avaliação dos trabalhos que serão apresentados.
“ Os projetos de iniciação científica aqui apresentados são parte obrigatória para os estudantes que são beneficiários das bolsas de iniciação científica, oferecidas pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ), em parceria com a UFRA. Cada estudante recebe uma bolsa no valor de 360 reais”, diz Carla Kelen Moraes, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico.
Para se ter uma idéia da importância deste processo de iniciação científica, a professora de medicina veterinária, Nazaré Fonseca e Souza diz que os trabalhos feitos por estudantes na região das ilha, em frente a Belém, detectaram focos de leptospirose (doença transmitida pela urina de ratos) em algumas regiões. “Comunicamos imediatamente a secretaria de Saúde, que tomou as providência necessárias e isso torna uma pesquisa em algo bem concreto e real para a sociedade”,afirma.
Ética
O tema deste ano do seminário é a “ Pesquisa e a ética na formação profissional”. “ Nós queremos aprimorar o trabalho dos nossos estudantes, dentro de uma visão ética e instruir os alunos na missão academia”, diz Iris Letieri, coordenadora do Comitê Técnico- Científico da UFRA.
Para a doutora Raimunda Monteiro, que está fazendo a avaliação dos trabalhos de iniciação científica, “ a qualidade dos projetos está, em média, muito boa, dentro da sustentação técnica e teórica, com referencial de campo e a riqueza dos trabalhos está na valorização das peculiaridades de cada região”.
A Universidade Federal Rural da Amazônia tem mais de 2.500 estudantes, sem contar aqueles alunos dos pólos de Parauapebas e Paragominas. Entes os serviços que a universidade presta a comunidade está o projeto “ Controle Reprodutivo Populacional de Cães e Gatos em Belém.
O trabalho consiste na castração dos animais para evitar a superpopulação destes animais e o controle de zoonoses, provocado quando os animais reviram o lixo nas ruas.
A professora Nazaré Fonseca, uma das responsáveis pela ação de controle populacional de cães e gatos quer que a iniciativa seja transformada em lei e pediu a intermediação do deputado Airton Faleiro (PT), que participou do evento, para que leve o pleito para a Assembléia Legislativa.
“ Precisamos que os governos estadual e municipal ajudem nesta tarefa porque, para se ter uma idéia da nossa demanda, a agenda de cirurgias está cheia até maio de 2012”, diz a professora.
O deputado garantiu que levará a sugestão ao parlamento.

Imprensa repercute julgamento do assassinato de Brasília

Fazendeiro e mais dois vão a júri por execução

Jornal Amazônia Edição de 20/10/2011



Nove anos após o crime, o fazendeiro Alexandre Manoel Trevisan, o "Maneco", Márcio Antonio Sator, o "Márcio Cascavel", e Juvenal Oliveira da Rocha, o "Parazinho", serão submetidos hoje a júri popular presidido pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém. Os três réus são acusados de executar, após sessão de tortura, o sindicalista Bartolomeu Moraes da Silva, mais conhecido como "Brasília", aos 44 anos, na madrugada de 23 de julho de 2002, na localidade de Castelo dos Sonhos, em Altamira.

A sessão está marcada para começar às 8h no plenário "Desembargador Elzaman Bittencourt", no Fórum Criminal da Capital, na Cidade Velha. Na acusação atuará o promotor de justiça Mário Brasil e, na defesa dos acusados, os advogados Marilda Cantal, Jorge Tangerino e Jânio Siqueira. Este é o segundo júri dos acusados de matar o sindicalista, que atuava como delegado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Altamira. Antes de ser executado, Brasília teve braços e pernas decepados e recebeu vários tiros na nuca e na cabeça.

No primeiro julgamento, realizado em 19 de junho de 2009, o Conselho de Sentença do 2º Tribunal do Júri de Belém rejeitou a acusação por maioria de votos, não reconhecendo os três acusados como responsáveis pelo crime. Houve recurso de apelação, que resultou na anulação do julgamento. Meses antes de ser morto, o sindicalista denunciou as ameaças anônimas de morte, afirmando que, se alguma coisa lhe acontecesse, os responsáveis seriam fazendeiros e madeireiros da região de Altamira.

Segundo o deputado estadual Aírton Faleiro, Brasília foi uma liderança que continua sendo admirada pelos segmentos sociais de Castelo dos Sonhos, distante 700 km de Altamira. O parlamentar afirma que o sindicalista foi vítima fatal da "banda podre do latifúndio e do crime organizado rural. E é essa banda podre que vai a julgamento amanhã (hoje). A Assembleia Legislativa precisa acompanhar atentamente este julgamento e cobrar uma punição rigorosa dos acusados de assassinar o sindicalista", afirmou o deputado, que informou que acompanhará o julgamento.

Segundo a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri), Brasília vinha denunciando a ação de fazendeiros da região que tentavam evitar o assentamento de famílias de agricultores em terras da União. Na madrugada do dia 22 de julho de 2002, o sindicalista recebeu um telefonema, em que alguém disse para ele ir para um hotel em Castelo dos Sonhos, de onde foi sequestrado. E, após ser torturado, foi morto com 12 tiros na cabeça. Ocorpo foi encontrado por posseiros, às margens da rodovia Santarém-Cuiabá. A Polícia prendeu três suspeitos, mas o fazendeiro, acusado de ser o mandante, nega o envolvimento na morte.

A Fetagri, que está convocando todos os trabalhadores rurais para um ato em frente ao prédio onde haverá o Tribunal do Júri na praça, na Felipe Patroni, na manhã de hoje, informa que pedirá a prisão de todos os envolvidos no assassinato do sindicalista. A Comissão Pastoral da Terra diz que, no Pará, houve 20 assassinatos no campo em 2002, ano em que Brasília foi executado, informa o blog do Jornal da Resistência.

Acusados pelo assassinato de Brasília vão a juri popular.

Acompanhei agora de manhã o julgamento dos três acusados da morte do sindicalista Bartolomeu Moraes da Silva, conhecido como Brasília, em 2002.

Vejam na foto, sentados no banco dos réus, Márcio Antonio Saraiva, o Márcio Cascavel, Juvenal Oliveira da Rocha, o Parazinho, e o fazendeiro Alexandre Manoel Trevisan, acusado de ser o mandante do crime.

Os acusados vão a Júri Popular, presidido pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Belém.

Pude constatar que a tese de defesa dos réus é a de que o crime foi motivado por divergências internas na Delegacia da Fetagri, presidida por Brasília.

Um absurdo. Quem conhece a realidade do distrito de Castelo dos Sonhos, no município de Altamira, marcada por grilagem de terra e devastação ambiental, sabe que o assassinato foi motivado por estes conflitos e não brigas internas.

Vejam também que estou acompanhado das duas testemunhas de acusação, Antonio Mendes e o radialista Douglas Araújo.

Fui ouvido pelos jornalistas que cobrem o julgamento. Á imprensa falei de minha atuação sindical com o Brasília e, principalmente, de nossa amizade.

Que seja feita a justiça.

Chega de mortes no campo. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, nos últimos cinco anos, setenta pessoas já foram mortas pelos conflitos agrários.

Chega de impunidade.

Imprensa da Alepa repercute Sessão especial com participação de Faleiro

17/10/2011 - União do Vegetal é homenageada na Assembleia Legislativa do Pará

A Assembleia Legislativa do Estado do Pará, atendendo ao requerimento do líder da bancada do PT na Casa, deputado Carlos Bordalo, realizou na manhã desta segunda-feira (17), uma sessão solene para homenagear o cinqüentenário de criação do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal. Instituição religiosa sem fins lucrativos, originária da região Amazônica, criada em 22 de julho de 1961, por José Gabriel da Costa – Mestre Gabriel.


A sessão solene foi aberta pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL), que convidou para fazer parte da Mesa Diretora dos trabalhos o deputado Carlos Bordalo (PT), proponente da sessão solene, o Mestre Central da 14ª Região da UDV, mestre Mauro Sérgio Souto de Lima, o Mestre Representante do Núcleo Rei Canaã, mestre Antônio Carlos Elias da Fonseca, o Mestre Representante do Núcleo Príncipe Ram, mestre Adalberto Aleixo Teixeira, o Presidente do Núcleo Rei Canaã, mestre Henrique Cattânio e o Presidente do Núcleo Príncipe Ram, mestre Delman de Almeida Gonçalves.

A União do Vegetal – UDV tem sua Sede Geral na cidade de Brasília-DF, sendo uma religião de origem brasileira e de dimensão universal, que professa sua crença na reencarnação, com o objetivo de evolução espiritual. Sustenta o código ético e moral expresso nos dez mandamentos de Moisés e vê no Divino Mestre Jesus, o filho de Deus, o salvador da humanidade. Isso é o que a torna uma religião cristã.

Atualmente, integram a instituição cerca de 30 mil associados distribuídos em mais de 150 unidades administrativas em todas as capitais brasileiras, além de outros países como os Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Portugal e Suíça. Um vídeo institucional apresentou a trajetória da instituição, desde sua criação até os dias atuais, com sua expansão pelo mundo. Sua base doutrinária se da na transmissão oral de sua doutrina espiritual, voltada para o amor ao próximo e a prática fiel do Bem de acordo com os princípios reencarnacionistas de evolução e em comunhão com os ensinamentos do Divino Mestre Jesus.

Em Belém, a União do Vegetal iniciou suas atividades em 1984, sendo posteriormente, formalizada em 07/09/1989 a criação do Núcleo Rei Canaã. Atualmente existem no Pará, 04 núcleos e 01 núcleo em Macapá que juntos formam a 14ª região administrativa da União do Vegetal e que desenvolvem trabalhos voluntários nas áreas de saúde, social, ambiental, educacional e cultural. Ao longo de seus 50 anos de existência, a União do Vegetal mobiliza recursos humanos e financeiros através de suas ações beneficentes do Centro, de maneira a produzir impactos sociais mais significativos, partilhando novas aprendizagens como forma de aperfeiçoar o trabalho voluntário como um todo.

Ao falar na solenidade, o Mestre Central da 14ª Região, autoridade máxima da UDV na região, Mauro Sérgio Souto de Lima, fez um relato das atividades que a instituição desenvolve no Pará e no Amapá, e “destacou os princípios e os valores da União do Vegetal, como a base de sustentação da renovação da palavra de Jesus, que pregou a libertação do mal pela prática do bem, a libertação da ilusão pela prática da verdade e que o chá Hoasca possibilita-nos uma reflexão e autoconhecimento, oferecendo-nos as condições necessárias para trabalharmos em prol do aperfeiçoamento pessoal, das pessoas e da sociedade”.

Já o Mestre Representante do Núcleo Rei Canaã, Antônio Carlos Elias da Fonseca, “agradeceu a homenagem prestada pela Assembléia Legislativa do Pará à instituição e falou da importância do trabalho que o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, por meio dos seus vários setores desenvolve em todo o país e chamou a atenção das pessoas para a necessidade de difundir sentimentos como a paz, a ordem e o trabalho para a transformação das pessoas rumo ao bem comum”.

Para o Mestre Representante do Núcleo Príncipe Ram, Adalberto Aleixo Teixeira, “esta homenagem da Assembleia Legislativa do Pará a União do Vegetal no ano de seu cinqüentenário, é o reconhecimento aos serviços prestados pela UDV, na construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária onde prevaleça sempre a Luz, a Paz e o Amor”.

Para o deputado Airton Faleiro (PT), “A União do Vegetal é uma religião que nasceu no seio da região amazônica, em plena floresta tropical, e por isso é uma religião única e tipicamente brasileira”, disse Faleiro. “Em reconhecimento aos benefícios que a UDV vem proporcionando a população, ela já conquistou o Título de Utilidade Pública Federal, e agora, vamos trabalhar para que ela adquira também no Pará o Título de Utilidade Pública Estadual”, completou Faleiro.

União do Vegetal

Criada no dia 22 de julho de 1961 por José Gabriel da Costa, o Mestre Gabriel, a União do Vegetal começou a se desenvolver a partir do contato de seu criador com o chá Hoasca na fronteira do Brasil com a Bolívia no final da década de 50. A Instituição inicialmente se estabeleceu em Porto Velho e de lá se expandiu pelo Brasil alcançando até mesmo o exterior.

José Gabriel da Costa chegou à Amazônia alistado entre os soldados da borracha, como eram chamados os homens simples que, saídos em sua maioria das regiões do semi-árido do Nordeste brasileiro, foram para aquela região trabalhar na colheita do látex da Seringa, matéria-prima para a produção de borracha.

Teve seu primeiro contato com o chá Hoasca através de um senhor conhecido como Chico Lourenço, um “mestre da curiosidade”, como foram denominados aqueles que distribuíam o chá entre as pessoas e orientavam os variados rituais de comunhão do mesmo.

Mestre Gabriel desencarnou no dia 24 de setembro de 1971, em Brasília-DF. Cumpriu sua missão deixando a União do Vegetal registrada, os primeiros núcleos criados, um Quadro de Mestres e um Corpo do Conselho Oriental preparados para continuar transmitindo sua doutrina.

Firme retidão moral, elevado conhecimento espiritual, notável capacidade de doação para compreender e orientar seus discípulos em busca da verdadeira transformação faz de Mestre Gabriel um ser amado no seio da União do Vegetal, sendo a sua prática de vida e as suas palavras de justiça e bondade fonte permanente de força e inspiração para todos aqueles que procuram seguir os seus passos em um caminho de Luz, Paz e Amor.

Dia da Paz e da Conciliação

O deputado Carlos Bordalo (PT-PA), falando em nome da Liderança do partido na Assembleia Legislativa, observando o trabalho em prol da fraternidade e da paz, realizados pela União do Vegetal, anunciou “que vem apresentar à Mesa Diretora da Casa um requerimento propondo a comemoração, no Pará, da data de 22 de julho, ser o “Dia da Paz e da Conciliação”, em homenagem à União do Vegetal exatamente no dia de sua criação, além de requerer o título de utilidade pública estadual para o Centro”.

Participaram da sessão solene também, os deputados Manoel Pioneiro (PSDB), presidente da Alepa, Milton Zimmer (PT), as irmandades dos núcleos Rei Canaã e Príncipe Ram, a banda marcial da Polícia Militar do Pará, e os corais Waldemar Henrique da Alepa e o coral do Rei do Núcleo Rei Canaã.

fonte: Imprensa ALEPA