PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
DE ENSINO BUSCAM APOIO DE DEPUTADOS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARÁ
Categoria espera que
parlamentares dialoguem com governo para avançar nas negociações com o Governo
Representantes do Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará (Sintepp) e dos alunos da rede
pública estadual reuniram-se com deputados na Assembleia Legislativa do Pará
(ALEPA), na manhã desta terça-feira (14), com o objetivo de buscar junto aos
parlamentares o apoio nas negociações com o Governo para o fim da greve dos
professores, que teve início no dia 23 de março.
Dentre as reivindicações
mais urgentes, estava o pagamento do retroativo do piso salarial dos meses de
janeiro a março com pagamento, em no máximo, três parcelas já a partir de maio.
Até o momento, segundo as lideranças da categoria, o Governo liberou apenas o
pagamento do reajuste de 13,01% referente ao mês de abril.
De acordo com Abel Ribeiro,
coordenador do Sintepp, cerca de 95% das escolas da região metropolitana de
Belém estão sem aulas e no Pará mais de 100 municípios aderiram a greve.
"A responsabilidade desta paralisação não é nossa, é do governo",
declara Abel.
Assembleia Legislativa
assumiu o compromisso de procurar o Governo de Estado para intermediar as
discussões na busca de um acordo em relação às reivindicações da categoria, o
fim da greve e a retomada imediata as aulas.
Alunos
e professores da Escola Estadual Tiradentes II pedem socorro
Durante o encontro, desta
manhã, alunos e professores da Escola Estadual Tiradentes II, pediram a
intervenção dos parlamentares da Alepa junto ao Governo. Eles reclamam a urgência de um novo espaço
físico para escola. Já que a mesma não pode mais funcionar no seu antigo prédio,
devido à falta de pagamento do aluguel pelo Governo do Estado, há mais de dois
anos.
“Nós não podemos perder a
nossa escola, precisamos de um espaço nosso para funcionar. O Governo quer a
gente divida o espaço com alunos de outra escola, que fica longe de casa. Vamos
ter prejuízo com gastos com transporte e, principalmente, com a qualidade da
nossa educação. A Escola Tiradentes II é uma referência em educação no Estado
do Pará, segundo o MEC”, explicou o aluno Diego Souza. Diego de apenas 14 anos,
aluno da 8ª série, recebeu dos parlamentares a promessa de que o problema da
Escola Tiradentes II seria também discutido na reunião que a bancada da Alepa
teria com o Governo nos próximos dias.
"Se
não caminharmos para uma negociação todo mundo perde. Perde o aluno, perde a
categoria, perde a educação e perde o Governo". (Airton Faleiro)
A educação é o maior
patrimônio de uma nação e, por consequência, a profissão de professor é a mais
"nobre" e importante de todas. Ocorre que, em concreto, a educação
pública, porque rivaliza com o grande mercado que a educação atingiu no setor
privado, é deixada em situação de extremo sucateamento e os professores sofrem
as consequências disso - seja no que se refere ao salário, seja no que tange às
próprias condições de trabalho.
Em ataque à greve, o Governo
do Estado do Pará fala em falta de razoabilidade das reivindicações dos
professores como se a situação em si tivesse algum grau, por menor que fosse,
de razoabilidade. Fala, ainda, nos prejuízos da greve para os alunos, como se
de fato estivessem preocupados com a vida desses alunos, já vítimas de um
sistema desigual, carregado de diversas formas de opressão. E ainda tem a
audácia de falar em ofensa à legalidade, como se a greve não fosse um direito.
Dessa forma me solidarizo
aos professores da Rede Pública do Estado do Pará, por considerar justas as
suas reivindicações e conclamo a todos os cidadãos paraenses que se juntem
nessa luta por uma educação pública que contribua para o desenvolvimento
sustentável de uma sociedade.