terça-feira, 14 de abril de 2015

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO BUSCAM APOIO DE DEPUTADOS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARÁ

Categoria espera que parlamentares dialoguem com governo para avançar nas negociações com o Governo

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Pará (Sintepp) e dos alunos da rede pública estadual reuniram-se com deputados na Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA), na manhã desta terça-feira (14), com o objetivo de buscar junto aos parlamentares o apoio nas negociações com o Governo para o fim da greve dos professores, que teve início no dia 23 de março.

Dentre as reivindicações mais urgentes, estava o pagamento do retroativo do piso salarial dos meses de janeiro a março com pagamento, em no máximo, três parcelas já a partir de maio. Até o momento, segundo as lideranças da categoria, o Governo liberou apenas o pagamento do reajuste de 13,01% referente ao mês de abril.

De acordo com Abel Ribeiro, coordenador do Sintepp, cerca de 95% das escolas da região metropolitana de Belém estão sem aulas e no Pará mais de 100 municípios aderiram a greve. "A responsabilidade desta paralisação não é nossa, é do governo", declara Abel.
Assembleia Legislativa assumiu o compromisso de procurar o Governo de Estado para intermediar as discussões na busca de um acordo em relação às reivindicações da categoria, o fim da greve e a retomada imediata as aulas. 

Alunos e professores da Escola Estadual Tiradentes II pedem socorro

Durante o encontro, desta manhã, alunos e professores da Escola Estadual Tiradentes II, pediram a intervenção dos parlamentares da Alepa junto ao Governo.  Eles reclamam a urgência de um novo espaço físico para escola. Já que a mesma não pode mais funcionar no seu antigo prédio, devido à falta de pagamento do aluguel pelo Governo do Estado, há mais de dois anos.

“Nós não podemos perder a nossa escola, precisamos de um espaço nosso para funcionar. O Governo quer a gente divida o espaço com alunos de outra escola, que fica longe de casa. Vamos ter prejuízo com gastos com transporte e, principalmente, com a qualidade da nossa educação. A Escola Tiradentes II é uma referência em educação no Estado do Pará, segundo o MEC”, explicou o aluno Diego Souza. Diego de apenas 14 anos, aluno da 8ª série, recebeu dos parlamentares a promessa de que o problema da Escola Tiradentes II seria também discutido na reunião que a bancada da Alepa teria com o Governo nos próximos dias.


"Se não caminharmos para uma negociação todo mundo perde. Perde o aluno, perde a categoria, perde a educação e perde o Governo". (Airton Faleiro)
A educação é o maior patrimônio de uma nação e, por consequência, a profissão de professor é a mais "nobre" e importante de todas. Ocorre que, em concreto, a educação pública, porque rivaliza com o grande mercado que a educação atingiu no setor privado, é deixada em situação de extremo sucateamento e os professores sofrem as consequências disso - seja no que se refere ao salário, seja no que tange às próprias condições de trabalho.

Em ataque à greve, o Governo do Estado do Pará fala em falta de razoabilidade das reivindicações dos professores como se a situação em si tivesse algum grau, por menor que fosse, de razoabilidade. Fala, ainda, nos prejuízos da greve para os alunos, como se de fato estivessem preocupados com a vida desses alunos, já vítimas de um sistema desigual, carregado de diversas formas de opressão. E ainda tem a audácia de falar em ofensa à legalidade, como se a greve não fosse um direito.

Dessa forma me solidarizo aos professores da Rede Pública do Estado do Pará, por considerar justas as suas reivindicações e conclamo a todos os cidadãos paraenses que se juntem nessa luta por uma educação pública que contribua para o desenvolvimento sustentável de uma sociedade.

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