foto: Ózeas Santos
Deputados estaduais que integram a Comissão de Acompanhamento ao projeto da Hidrelétrica de Belo Monte vão fazer um sobrevôo na área onde está localizado o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira.
A visita será acompanhada pela imprensa e diretores da Norte Energia, que preside o consórcio de construtores de Belo Monte. A viagem acontecerá no dia 30 de setembro.
A proposta foi do deputado Airton Faleiro, que faz parte da Comissão de Acompanhamento, e que participou de reunião com o presidente da Norte Energia, na manhã desta terça-feira, na Sala dos Ex-Presidentes, na Assembléia Legislativa.
Carlos Nascimento, presidente da Norte Energia, veio a Belém atendendo a uma convocação da Assembléia Legislativa.
Outra proposta de Airton Faleiro foi de que um dos deputados da Comissão faça parte do Conselho Gestor de Belo Monte.
Esta proposta ficou de ser analisada pela Norte Energia.
“ Estamos vendo que as obras de construção da hidrelétrica estão em ritmo acelerado e as obras de compensação, que beneficiam a população das áreas atingidas estão em ritmo lento”, disse Faleiro.
Durante a reunião Airton Faleiro informou que integrantes do Acampamento Xingu 2011 – O Despertar para Novos Tempo, interditaram nesta terça-feira, um trecho da rodovia Transamazônica, que dá acesso ao canteiro de obras de Belo Monte.
“ Foi a forma que os movimentos encontraram para chamar a atenção dos governos federal e estadual para o atraso das obras de compensação das áreas afetadas pela hidrelétrica”, diz Faleiro.
Compras
Outro tema polêmico debatido entre os deputados e os representantes da Norte Energia foi a chegada no Pará de dezenas de máquinas pesadas, que estão sendo deslocadas para o canteiro de obras.
“ O nosso estado não recebeu um centavo do ICMS desta compra. Quem se beneficiou foi o Espírito Santo, que não faz parte de Belo Monte, mas, como as máquinas chegaram pelo porto daquele estado, os impostos acabaram ficando por lá”, argumentou Faleiro.
Nesta primeira compra o Pará deixou de ganhar 200 milhões em ICMS.
Carlos Nascimento explicou que o Consórcio de Equipamentos é que foi responsável pela compra e que havia fechado um pacote que ajudou a reduzir os custos da compra.
Ele disse ainda que as compras estão só começando e que nos próximos quatro anos serão investidos em compras aproximadamente 4 bilhões, a cada ano, até o ano de 2015, quando entra em operação a primeira turbina de Belo Monte.
“ O Pará vai receber mais de 900 milhões em ICMS, contratação de serviços e compras, até a implantação total de Belo Monte, em 2019”, afirmou Carlos Nascimento.
Participaram da reunião os deputados Martinho Carmona, José Megale, Ozório Juvenil e Hilton Aguiar.
Abaixo Matéria veiculada no site da aAepa
30/08/2011 - Deputados ouvem consórcio responsável pela construção de Belo Monte
A comissão especial de acompanhamento às obras de Belo Monte recebeu nesta terça-feira (30/08), Carlos Nascimento, presidente do consórcio Norte Energia, responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, no oeste paraense. O empreendimento é considerado a maior obra de geração de energia em implantação no mundo.
Carlos Nascimento foi convocado pelo presidente da comissão parlamentar, deputado Martinho Carmona, para explicar porque o consórcio adquiriu equipamentos em São Paulo. Com a compra, o Pará deixou de arrecadar R$ 200 milhões em ICMS na primeira aquisição de maquinário feita para a construção da usina. Carlos Nascimento explicou que o Consórcio Norte Energia contratou outros dois consórcios para a execução das obras civis e para a aquisição de equipamentos, e que a negociação para a compra do
maquinário em São Paulo já havia sido acertada antes.
Ele nega que a compra de equipamentos no Pará seja condicionante da obra. "Essa condicionante nunca existiu, até porque aqui não fabricamos nada. Você tem alguma fabrica de tratores aqui? Isso não existe. Então não pode ter uma condicionante desse tipo, as coisas tem que ter uma lógica. A gente compra de onde é fabricado, a gente não pode querer fazer algo que nós não temos em nosso estado”, explicou.
Para Carlos Nascimento, o consórcio fornecedor de equipamentos não errou ao comprar equipamentos de São Paulo. "Eles têm que fazer um serviço técnico, observando determinadas condições para privilegiar o Estado em contratações, ajudar o Estado,
mas eles têm que olhar do ponto de vista empresarial, os ganhos delestambém , eles são empresários”, ponderou.
Carlos Nascimento apresentou uma planilha demonstrando que no período de 2011 a 2018, o Pará terá uma arrecadação de quase R$ 900 milhões em contratações de serviços e equipamentos por Belo Monte, além de outros benefícios que a obra vai trazer ao Pará.
A explicação técnica não agradou o deputado Airton Faleiro. “As explicação técnica justifica uma ação que não concordamos politicamente, que é a aquisição de equipamentos fora do estado do Pará. Nesse sentido, acho que temos que progredir...se o Estado tem que se preparar melhor para ter as condições para novas compras, se adequar, então temos que fazer isso. Mas, tanto os consórcio construtor quanto o que compra os equipamentos podiam ter conversado com o Pará... Não conversaram com ninguém, com os portos do Pará, com o governo, para ver se poderíamos ter essas condições”, explicou o parlamentar. “Partiram do principio que no sul tem mais vantagens. O problema é que parte de uma concepção de que nós somos bons para fornecer energia para o Brasil, mas não somos bons para vender nossos produtos para os consórcios produtores”, completou Faleiro.
A hidrelétrica de Belo Monte deve iniciar as operações em 2015, e atingir a capacidade total em 2019, com a geração de 11 mil megawatz de energia.
fonte: Imprensa ALEPA
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