Por assessoria
O deputado
estadual Aírton Faleiro (PT) repercutiu na manhã desta quarta-feira, 06, no
plenário da Assembléia Legislativa, a indignação com a conduta do juiz de
Rurópolis, Gláucio Assad, que destituiu a mesa diretora da Câmara Municipal
deste município e conduziu nova eleição, elegendo a chapa da base de governo do
prefeito Pablo Genuíno, com o qual tem relação de parentesco. Faleiro
protocolou na Casa moção de repúdio às atitudes do magistrado, ao mesmo tempo
em que pede ao Legislativo que solicite providências sobre o caso junto ao
Tribunal de Justiça e a remoção do juiz da comarca de Rurópolis.
“Quero fazer uma denúncia porque o que está
acontecendo em Rurópolis é uma aberração, tem eleição da câmara com duas
chapas, uma chapa foi vencedora, a qual é empossada, passa o tempo e o juiz da
cidade - que se declarou incapaz de conduzir o processo eleitoral porque é
parente do prefeito - retorna ao município e destitui a mesa diretora. O juiz
então vai para a Câmara, senta na cadeira que é do presidente do Poder e realiza
a eleição da mesa diretora e dá posse a nova mesa”, disse.
Segundo o deputado
a população se mostrou indignada com a situação e manifestou publicamente. “Quando
o juiz foi realizar a sessão para a eleição da mesa, a população se reuniu e
ocupou a Casa, o presidente destituído é quem interferiu impedindo que se houvesse
uma situação pior”, enfatizou.
Faleiro
protocolou moção de repúdio pela conduta do juiz Gláucio Assad e também vai
encaminhar ofício pedindo a remoção do juiz do município. “Pois está claro que não
vai atuar a favor da sociedade contra o gestor municipal que é seu parente”, afirmou.
Também se pronunciando sobre assunto o deputado Valdir Ganzer (PT) também mostrou sua indignação
com a situação política em Rurópolis. “O que aconteceu é muito grave, façamos
essa reflexão, o juiz, que não conheço, se declarou que não podia acompanhar o
processo eleitoral, tanto que foi para Uruará, por causa do parentesco. A mesa
é eleita. Aí ele retorna à Rurópolis e argumenta que a chapa vencedora não
respeitou a proporcionalidade. Ora só é possível respeitar a proporcionalidade
quando é possível montar uma chapa consensual. E como é que o juiz acatou esse
elemento, se havia uma outra chapa disputando a eleição. É como se aqui (Alepa)
o PT e o PMDB reclamassem com o deputado Márcio, que venceu a eleição à
presidência”, comparou.
Dois
elementos graves também foram levantando pelos parlamentares no plenário: a de
que uma vereadora, membro da chapa eleita em 1º de janeiro teve seu voto “comprado”
no segundo pleito e a de que o juiz Assad não está cumprindo devidamente suas
funções como magistrado, estando atuando mais em outro ofício. “Tentamos falar
com o juiz, mas tivemos a informação de que ele quase não atua como juiz, sendo
um “pescador profissional”, disparou Ganzer.
Faleiro enumerou
os erros Gláucio Assad. “O juiz cometeu graves erros, primeiro, erro de mérito,
por conta dos motivos para a destituição da mesa. Todos os motivos não têm
lógica. Além disso montou uma articulação de formação de uma chapa, a qual
seria a vencedora, ao “comprar” o voto de uma vereadora. Temos que tomar uma
medida conjunta em nome da democracia”, ratificou.
Quem também
aparteou Faleiro foi o deputado Cássio Andrade (PSB) que falou sobre um caso
semelhante que estaria ocorrendo em outro município paraense. “Esse tipo e corrupção
ocorre em todos os meios e também na política. Em Curionópolis não é diferente.
Lá a juíza tem uma ligação com o prefeito e responde a todos os anseios do
gestor”, contou. Cássio sugeriu que fosse composta uma comissão de
parlamentares para ir ao TJE para que se tome providências com relação à
conduta do juiz Gláucio Assad.
O vereador
de Rurópolis Jonas Lourenço (PT), presidente destituído, está em Belém, onde acompanha o
recurso contra a decisão do juiz Assad junto ao TJE.
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