quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Meu pronunciamento sobre o III Congresso das Populações Extrativistas Macapá-AP

Senhor presidente,
Senhores deputados e senhoras deputadas,


Quero socializar nessa casa, sobre o evento que está ocorrendo em Macapá, que é o III Congresso Nacional das Populações Extrativistas. Evento este com a total hegemonia amazônica, região onde está o forte do extrativismo nacional, com destaque para o estado do Pará. 
Eu, então, tive a felicidade de participar como debatedor sobre a Educação, educação rural, que faz parte da minha história, no que se refere inclusive a pedagogia da alternância. Devo dizer que sai contente deste congresso, no qual estiveram presentes autoridades, como a ministra Izabela Teixeira MMA), Pepe Vargas (MDA) porque observo que a sociedade brasileira, está aos poucos, por mérito das iniciativas das populações tradicionais, reconhecendo este segmento como sujeito social e político, como parte do desenvolvimento econômico do pais e esse é o grande recado que o Congresso das Populações Extrativistas dá ao Brasil. 
Chico Mendes, já dizia na época, que existia a grande produção, mas que existia também a agricultura familiar rural que se diferenciava. E hoje temos entidades como a Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar), outras especificas dos quilombolas, dos indígenas, que criam um diálogo próprio com os governos e com a sociedade.
Eu parabenizo à essas populações, que saíram da pauta apenas  da infra estrutura, da regularização fundiária e avançaram em uma nova pauta: a da educação rural. Digo que não adianta ter infra estrutura, ter crédito para fomento, Luz para Todos, se não afirmar esse segmento com conhecimento, e não apenas o conhecimento formal, mas com uma concepção que trabalhe a educação para que se prepare tecnicamente para dar conta de sua atividade econômica. Fiz uma critica no congresso de que a forma da educação dos técnicos rurais é muito voltada para assessorar e prestar serviço e não para desenvolver atividades. O segmento avança então nessa pauta da educação. Durante o evento o governo federal, através do secretário do Mec, apresentou políticas e programas para a educação do meio rural, o desafio agora é que isto saia do papel e chegue efetivamente ao meio rural. Ontem foi ratificado o anuncio de que a pedagogia da alternância tem recurso do governo federal. A pedagogia da Alternância é uma luta histórica da minha parte e por isso estou muito contente com isso.  È muito importante a educação a nivel internacional, nos projetar no âmbito internacional como disse o deputado Gabriel Guerreiro, mas é muito importante estar também fomentando essa educação local e diferenciada para as populações extrativistas. 
O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, esteve presente ao evento, junto com os ministros e demais autoridades e inclusive nos mostrou o que representa o extrativismo para aquele estado. O açaí é hoje a principal economia popular estadual. O governador disse que o mundo que olha e quer que a gente preserve a Amazônia, precisa entender que a sustentabilidade da Amazônia passa também pela sustentabilidade das populações tradicionais, estas são as verdadeiras guardiãs da biodiversidade. Mas eles querem ter cidadania e os mesmos direitos que o filho do cidadão urbano tem. O III Congresso foi um momento muito importante da afirmação da cidadania deste segmento.

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