terça-feira, 13 de dezembro de 2011

MOVIMENTO EMANCIPACIONISTA PODE VIRAR SEPARATISTA


“As urnas dizem que o assunto emancipação não está encerrado. Não existe movimento separatista no Pará, o que existe é movimento emancipacionista, mas, se não for dado o tratamento adequado para a insatisfação revelada neste plebiscito, o movimento emancipacionista pode virar separatista”, afirmou Faleiro em seu pronunciamento na Assembléia Legislativa, na manhã desta terça-feira, 13.


PRONUNCIAMENTO

Em minha avaliação sobre o Plebiscito para criação dos estados de Tapajós e Carajás, vejo que o resultado das urnas nos deu três recados:

1) 66% do conjunto dos eleitores do Pará não querem a criação de dois novos estados.
2) Nas regiões de Tapajós e Carajás a votação foi acima de 90% favorável à criação de novas unidades federativas.
3) Que o mapa para a divisão territorial do Pará tem que ser outro e não o que foi submetido à consulta popular, pois alguns municípios incluídos em Tapajós e Carajás , o NÃO venceu, isso significa que estes municíos preferem fica rarticulados com o Pará.

A questão da emancipação ainda não está resolvida. Se engana quem pensa que este assunto está encerrado. Se não dermos a atenção devida às populações que almejam a emancipação o que acontecerá: o movimento emancipacionista poderá se tornar separatista.

Então dentro deste contexto aponto dois caminhos a serem seguidos:

Primeiro, buscar, com calma, com tempo, um acordo político sobre um novo mapa. Acredito que ainda pode ser apresentada uma nova proposta de redivisão territorial no Pará.

Segundo, enquanto não chegarmos a um acordo sobre essa redivisão temos que promover mudanças profundas no estado para atender as demandas destas regiões que consolidaram no plebiscito seu desejo de emancipação e manifestaram se protesto com o tratamento dado até então.

O governador Simão Jatene, em seu discurso pós plebiscito, prega o pacto federativo como solução para manter o Pará unido. Eu sei que um novo pacto federativo é necessário e pode até ajudar, mas esse discurso do governador busca transferir a responsabilidade para a União se eximindo das mudanças que devem ser feitas no Pará. As mudanças de comportamento dos governantes do Pará são mais importantes e impactantes do que as alterações no pacto federativo, que aliás, ninguém tem segurança que possam ocorrer.

Hoje em seu pronunciamento em programa de rádio o governador Simão Jatene fez um discurso complicado. Prega a união e ao mesmo tempo joga a população contra os que se manifestam a favor da continuidade da luta pela criação de novos estados. O governador está errando pela segunda vez, pois seu primeiro erro foi ter uma atitude parcial, inclusive quebrando pacto com seus aliados, desta forma ele se coloca como governador da região metropolitana e nordeste do Pará quando devia se comportar como governador paraense já que foi votado em todas as regiões do estado.

Quero chamar a atenção e exigir respeito e serenidade desta Casa e do conjunto dos políticos do Pará para as propostas que a Frente Pro Tapajós pretende apresentar.

Primeiro. Ninguém deve tratar com desrespeito a proposição do remanejamento da capital para um município localizado no centro do estado, já que nossa capital é sediada numa área geograficamente distante da maioria dos municípios. Isso não é um absurdo, o Brasil também mudou sua capital. Saiu do Rio de Janeiro, no Sudeste, para o Centro Oeste onde foi fundada Brasília, a nova capital, em 1961.

Segundo. Da mesma forma peço a sensibilidade para o projeto que a Frente pretende apresentar nesta Casa que é aprovar em lei novos percentuais de distribuição dos recursos arrecadados pelo Estado.

E volto a afirmar, o Pará não pode ficar como está. Caso contrário, o movimento emancipacionista poderá se tornar separatista.

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