Pará: Sem controle e sem governo

E DEPOIS QUANDO EU DIGO QUE O PARÁ ESTÁ SEM CONTROLE E SEM GOVERNO...PRIMEIRO FOI A CHACINA EM SANTA IZABEL. AGORA MAIS 6 MORTOS EM OUTRA CHACINA NO DISTRITO DE ICOARACI.

O GOVERNO ESTÁ REFÉM DO CRIME ORGANIZADO...

LEIA NOS JORNAIS O LIBERAL E AMAZÔNIA.


Seis executados em chacina

jornal Amazônia (Edição de 21/11)

Com as mãos para o alto e de joelhos, adolescentes são fuzilados em frente a um prédio público de Icoaraci

Seis adolescentes, entre 14 e 17 anos, foram executados a tiros anteontem, em frente a um prédio público em Icoaraci. Um deles chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua. O crime ocorreu por volta das 22h30 de sábado em frente ao Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb), no bairro Ponta Grossa, onde os adolescentes costumeiramente se encontravam para conversar.

A Polícia Civil investiga, mas na área ninguém soube dizer os motivos que levaram ao crime.

De acordo com informações do Portal ORM, a delegada Ione Coelho, diretora de Polícia Metropolitana, afirmou que as vítimas tinham passagem pela polícia por pequenos furtos e também eram usuárias de drogas. Ainda de acordo com a delegada, o inquérito foi aberto e os familiares das vítimas já foram ouvidos. Segundo a polícia, a suspeita é que o crime seja um acerto de contas.

Uma testemunha relatou, durante registro da ocorrência na seccional de Icoaraci, que os assassinos diziam ser policiais. "Dois homens que estavam em uma motocicleta da marca Honda Titan, cor preta, chegaram armados e abordaram os jovens, gritando: ‘Encosta todo mundo, aqui é a polícia’. Após serem obrigados a se encostar no muro do Ipamb, os adolescentes colocaram as mãos para o alto, se ajoelharam e mais de 20 disparos de arma de fogo foram feitos contra todos eles, principalmente na cabeça", afirmou. "Eu saí para a rua, vi os meninos todos jogados na calçada do prédio, os dois homens montaram na moto e fugiram no veículo e, infelizmente, não deu para ver a placa da moto. Foi horrível, desconheço os motivos da chacina", completou a testemunha.

Três adolescentes executados eram da mesma família: Samuel Gonçalves, de 15 anos, que chegou a ser socorrido, mas morreu no HMUE, era irmão de Gabriel Gonçalves, de 16 anos. Os dois eram primos de Lenilson Avelar Mouzinho, de 17 anos. A mãe de Gabriel e Samuel, que preferiu não se identificar, na manhã de ontem ainda estava em choque. Ela disse que Gabriel sempre ia ao local onde ocorreu o crime porque praticamente toda a família dele mora nas proximidades.

"Ele sempre ia visitar nossa família e sentava em frente ao Ipamb para conversar com os colegas. O Samuel raramente estava lá. Meus filhos não tinham nenhum envolvimento com o mundo do crime nem usavam drogas. Estou muito chocada com o que aconteceu com eles, não sei o que vai ser da minha vida", desabafou, emocionada.

A tia de Gabriel, Samuel e Lenilson, Vera Gonçalves, estava aflita, revoltada e pedia justiça. "Queremos que a polícia apure o que aconteceu e prenda os assassinos. Esses crimes não podem ficar impunes. Quer dizer que os jovens não podem mais se reunir porque todos vão ser considerados malandros e serão mortos?", questionou.

Mulher relata ameaça feita por ex-policial
Poucos minutos depois da chacina, uma mulher foi ao local do crime à procura do filho, que tem 22 anos, com receio de que ele fosse uma das vítimas. Ela afirmou que um homem em uma motocicleta preta passou por ela e avisou que o jovem seria o próximo a morrer. "Não sei se ele é o mesmo que matou os jovens, mas a pessoa que me fez ameaça é ex-policial militar, parece que é capitão. Ele acusa meu filho e eu de sermos envolvidos com drogas e onde encontra meu filho faz revista. Essa não é a primeira vez que recebo ameaça, já fiz denúncia na seccional de Icoaraci e na Polícia Federal, pedi inclusive proteção, mas eles não tomam providência nenhuma. Já fui até para a imprensa fazer denúncia. Fico com medo, porque a impunidade é grande no País", disse.

Os outros adolescentes assassinados foram Paulo Vitor Correa Cunha, que completaria 15 anos no final deste mês; João Paulo Viana, 16 anos; e Isaac Airton Ferreira Barbosa, 17 anos. Os três moravam na mesma rua e tiveram os corpos velados na capela da paróquia de São João Batista, próximo à praça matriz de Icoaraci. Na tarde de ontem, parentes dos jovens assassinados preferiram não comentar o crime, porque temem represálias.

A chacina é investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil, sob responsabilidade do delegado Lenoir Cunha, que esteve no local do crime com a delegada Ione Coelho, o delegado Renato Wanghon e investigadores da seccional de Icoaraci.


E NO O LIBERAL DE DOMINGO...


PCC tem interesse nas cadeias do Pará
Jornal O liberal (edição de 20/11)

Semana passada, Polícia se mobilizou contra possível ação do crime organizado
É difícil estimar o número exato ou mesmo aproximado. Mas o fato é que, nas cadeias paraenses, há muitos presos ligados ao Primeiro Comando da Capital, a temida facção criminosa que nasceu nos presídios de São Paulo.

Esse grupo se caracteriza por ser organizado, tanto que tem até estatuto, e por promover manifestações violentas. E é por essa razão que os integrantes do sistema de segurança pública paraense levaram a sério as informações de que, na última terça-feira, dia 15, o PCC realizaria ataques na capital paraense.

As informações obtidas pelo setor de inteligência do governo estadual apontavam que os bandidos poderiam queimar ônibus e realizar ações orquestradas nas casas penais do Estado - motins, por exemplo. Não se descartava, também, a possibilidade de que assaltantes tentassem matar policiais civis e militares, em especial aqueles que, nos últimos anos, vêm prendendo traficantes de drogas e ladrões de bancos, segundo fontes ouvidas por este jornal. Outro sinal que acendeu a luz vermelha: nos últimos meses, e durante operações policiais, foram mortos, em Belém, bandidos que eram ligados ao PCC.

Mais um motivo, portanto, para o Primeiro Comando da Capital mandar um recado: ou seja, não se mexe com os que fazem parte dessa organização criminosa, cujos integrantes chamam uns aos outros de "irmãos". Recentemente, um dos "irmãos" veio de São Paulo para fazer um "serviço" em Belém. Até onde foi possível apurar, a ideia não era assaltar bancos. O que a quadrilha pretendia, seguindo as orientações do PCC, era literalmente explodir policiais. Os mais visados seriam aqueles policiais que o grupo identifica como sendo responsáveis por baixas de bandidos ligados ao PCC. Os que conhecem os bastidores da Polícia sabem bem quais são os dois nomes que mais aparecem como alvo dos criminosos.