OAB quer fim da pistolagem no Pará
Crimes de encomenda contra advogados pontuou discurso de presidente em evento
A reivindicação pelo fim da pistolagem no Pará marcou o discurso do presidente da Seccional do Pará da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), Jarbas Vasconcelos, ontem, durante a cerimônia de abertura do Colégio de Presidentes de Seccionais da instituição, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. Quatro advogados foram assassinados no Estado, nos últimos dois anos. Ao lembrar a execução do advogado Jorge Pimentel, ao lado do cliente, Luciano Capáccio, em março, no município de Tomé-Açu, o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado, disse que continua buscando justiça e não exitou em avaliar que o Pará é o estado em que mais se mata advogados, no Brasil, atualmente. O encontro prosseguirá até o dia 17, no Radisson Hotel Belém.
O encontro reúne os presidentes das seccionais da OAB de todos os Estados, assim como os presidentes das Caixas de Assistência dos Advogados e os presidentes das Escolas de Advocacia. 'O objetivo é integrar as ações realizadas hoje, em todo o Brasil, e decidirmos juntos o planejamento das atividades para os próximos três anos. Este é o primeiro Colégio de Presidentes de Seccionais, o que será fundamental para uma gestão exitosa', destacou Furtado, em entrevista coletiva, antes da abertura.
Várias autoridades compareceram à abertura, como o vice-governador Helenilson Pontes; a presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento entre outros. Ao lembrar o assassinato de Pimentel, em discurso, Vasconcelos destacou que o advogado perdeu a vida no exercício da profissão e cobrou providências das autoridades para que os demais acusados sejam presos. Três estão presos e quatro foragidos. 'O estado brasileiro tem que dizer ao povo que vai acabar com os crimes de pistolagem no Pará e na Amazônia. É um crime mediante pagamento, que é tipificado como hediondo. É uma chaga que eviscera o Brasil perante a comunidade internacional', cobrou.
Em discurso, o presidente da OAB-PA apontou a baixa resolutividade da segurança pública e da justiça paraenses ao apontar que o Pará é o terceiro estado mais violento do país, sendo a Região Metropolitana de Belém a mais violenta do Brasil. 'Apenas 21 pessoas foram condenadas por pistolagem no Pará. Segundo ele, das 651 mil ocorrências registradas pelo Sistema de Segurança Pública do Pará, em 2012, 62 mil se tornaram inquéritos e, desses, apenas 39 mil foram concluídos. 'O Pará é corredor de crimes de pedofilia, tráfico internacional de drogas, de ouro, de pedras preciosas, de espécies animais e vegetais e até de gente. Temos que tirar do papel o Sistema Nacional de Segurança e o Sistema de Justiça.'
Colégio - O Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB vai discutir assuntos de interesse dos advogados, com destaque à defesa das prerrogativas profissionais, mas também de interesse da sociedade brasileira, como a reafirmação de posicionamento sobre temas nacionais. 'É necessário encerrar a participação de empresas nas campanhas eleitorais, que devem ser financiadas apenas por pessoas físicas e pelo Fundo Partidário, além de punir o caixa dois e o abuso de poder econômico com a cassação do mandato', defendeu o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado.
Fonte: O Liberal
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