quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Ensino no Campo: escolas comunitárias estão autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação


 Por assessoria




24 escolas comunitárias - Casas Familiares Rurais do estado receberam autorização hoje, dia 20, pelo Conselho Estadual de Educação. A partir de agora as instituições estarão incluídas no Sistema Tecnológico de Ensino (Sistec/Mec) e estão aptas acessar recursos públicos e a emitir certificado dos jovens concluintes do ensino fundamental e médio, curso médio integrado ao curso técnico profissionalizante. No dia 6 de dezembro foi feito o credenciamento institucional e aprovado o regimento interno da Associação das Casas Familiares Rurais - Arcafar Pará, importante passo para o processo de autorização.


“Essa conquista é uma luta de mais de 15 anos. Com isso há a garantia de recursos públicos através do Fundeb e Pronacampo para a sustentabilidade financeira dessas escolas, além de poder emitir certificado para os concluintes”, disse Agnaldo Patrocínio, presidente da Arcafar-Pa.

Com isso serão beneficiados cerca de 3 mil jovens do campo em todo o estado que a partir de agora terão acesso a um ensino de mais qualidade, possibilitando estudar e ao mesmo tempo estar com a família. Uma vez que a alternância compreende 15 dias para tempo escolar e 15 dias com tempo familiar.

“Além disso, há a garantia da melhoria do processo produtivo das propriedades e contribui para o desenvolvimento sustentável e diminui a migração do jovem do campo para o meio urbano”, enfatiza o presidente.


No estado estão autorizadas 24 Escolas comunitárias - Casas Familiares Rurais em 22 municípios. A primeira CFR surgiu em 1995 no município de Medicilândia. O principal objetivo das instituições é o fortalecimento da produção familiar, diminuição do êxodo rural e a garantia da qualidade de vida no campo.

A escola comunitária funciona da seguinte forma: existe uma associação local que é mantenedora da escola, através de um conselho administrativo, com uma estrutura comum, mas com conteúdos diferenciais em que se trabalha a realidade das famílias, por meio de temas geradores como, por exemplo, pesca artesanal e sistema de cultivo, entre outros. As disciplinas da base nacional comum e da parte diversificada são planejadas a partir do tema gerador.  O tempo de duração do curso é de dois anos e participam jovens a partir de 15 anos.

“Temos uma pesquisa recente dos 15 anos da implantação das Casas na região da Transamazônica dá um dimensão da importância dessas instituições para o fortalecimento da produção familiar nos municípios que englobam a região”.
Estes dados permitirão que se construa um plano de sustentabilidade que será desenvolvido em parceria com o MEC, secretaria de Educação e sociedade civil.

“Esse é um importante momento do qual tivemos várias pessoas e instituições que dedicaram-se para que construir as condições da educação no campo no Pará chegar a esse ponto” diz João Batista, presidente da Fundação Viver Produzir Preservar - FVPP e antigo monitor das CFR´s. 

Próximos Passos – Em reunião ontem, 19, com o secretário estadual de Educação, Cláudio Ribeiro, foi acordado a elaboração de um diagnóstico e um projeto de sustentação das escolas comunitárias  a ser apresentado ao governo federal. Tanto o diagnóstico quanto o projeto serão objetos de um trabalho conjunto da secretaria de educação, Arcafar e FVPP.

O deputado estadual Aírton Faleiro (PT) que agendou a audiência com o secretário, saiu otimista da reunião. “O Pará vai chegar unido junto ao governo federal para buscar o apoio financeiro para implementar a pedagogia da alternância no estado. Não podemos perder a oportunidade do momento pois, o governo da presidenta Dilma acaba de criar um política de fortalecimento de educação no campo, destinando pela primeira na história recursos para as casas familiares rurais”, afirmou Faleiro.

O Parlamentar participou também da reunião do Conselho Estadual de Educação nesta quinta-feira, 20, onde em seu pronunciamento disse que estava ali pra prestigiar esse momento histórico. “Não é pouca coisa, o que está acontecendo hoje neste conselho. Esse ato de entrega da autorização de funcionamento das escolas comunitárias como parte do sistema de educação do estado é a consolidação do reconhecimento da pedagogia da alternância e a possibilidade real da busca do financiamento público para essa modalidade de ensino”.

Na ocasião Faleiro anunciou que por meio de um projeto de lei de sua autoria a Alepa vai homenagear o grupo de pessoas que lideraram a condução desse processo.  


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