sexta-feira, 15 de junho de 2012

Celpa pode aumentar em 5,22% a conta de luz para consumidor residencial

Fonte: Portal ORM






Foi dada a largada para o próximo aumento da tarifa da energia elétrica no Estado do Pará com a primeira audiência pública promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Celpa - Rede Energia, consumidores e entidades ligadas ao setor. A reunião, ontem à tarde, no auditório do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará, apontou 6,70% como base de reajuste, sendo 5,22% para consumidores residenciais.

Apesar de o debate ter sido pautado pelo reajuste da tarifa, muitos consumidores que participaram da audiência pública aproveitaram para reclamar das deficiências nos serviços prestados pela Celpa, que está em recuperação jurídica. O promotor de Justiça e representante do Ministério Público do Estado do Pará no evento, Sávio Brabo, atualizou as informações sobre o imbróglio judicial que envolve a concessionária.

Brabo chamou atenção para o próximo dia 9 de julho, quando ocorrerá a primeira audiência com os credores da Celpa. Os mais de 500, entre bancos, empresas e pessoas físicas, vão informar se o plano de recuperação institucional e financeira da concessionária é aceitável. Caso a resposta seja negativa, é o começo do que pode culminar com o pedido de falência da fornecedora de energia elétrica privatizada em 1998. Todos os débitos da Celpa somam R$ 3 bilhões.

"Diante dos serviços precários, da falta de qualidade e da situação de recuperação jurídica, fica complicado falar de aumento", assinala o promotor. A avaliação do diretor da Aneel, André Pepitoni, é diferente. Ele diz que os erros da Celpa podem ser corrigidos com sanções baseadas na legislação e punições pecuniárias. Pepitoni afirma que os percentuais de reajuste na conta de energia devem ser definidos na reunião de agosto. Ele ressalta que os aumentos solicitados estão abaixo dos índices inflacionários dos últimos 12 meses, de acordo com o IGP-M (8,63%) e o IPCA (6,87).

Mas o diretor da Aneel acrescenta que os serviços da Celpa estão sendo avaliados pela Agência e as constatações de deficiência para atender os limites mínimos de qualidade podem levar à "caducidade" da concessão, ou seja, a Celpa pode perder o direito de explorar o fornecimento de energia. Uma reunião no dia 7 de agosto entre os executivos da concessionária e da Agência analisará o plano para estabelecer a qualidade de serviços elaborado pela empresa. A situação preocupa, como revelam as cifras de indenização aos consumidores pelo serviço deficiente: em 2010, foram pagos R$ 82 milhões em indenizações e, no ano seguinte, R$ 88 milhões. De 2000 a 2011, a Celpa pagou mais de R$ 100 milhões em multas para a Aneel por atendimento deficiente.

O diretor administrativo da Celpa, Mauro Chaves, diz que a empresa está avaliando o percentual proposto pela Aneeel, pois a proposta é recente e a empresa precisa fazer seus próprios cálculos. Ele expõe que a inadimplência e o furto de energia são quesitos que precisam ser incluídos na tabela que determina o valor da conta de luz. "Só de inadimplência temos mais de R$ 500 milhões atualmente, o que é duas vezes o faturamento da empresa", diz.

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