Protesto mantém BR-163 interditada
Quarta-Feira, 14/03/2012, 02:21:37
Funcionários da empresa Cbemi, concessionária de um dos trechos das obras da BR-163, fizeram ontem uma manifestação na cidade de Trairão. Eles interditaram a rodovia em protesto pelo atraso de sete meses no pagamento.
A manifestação iniciou na manhã de ontem. Um caminhão e um trator foram utilizados para interditar a rodovia logo na entrada da cidade, onde o protesto recebeu apoio inclusive da Câmara de Vereadores, que acompanha as negociações.
São mais de duzentos funcionários da empresa. Eles informaram ao DIÁRIO que estão dispostos a permanecer com o bloqueio até que a empresa, que tem sede em Curitiba, no Paraná, dê alguma resposta.
FRUSTRAÇÃO
A chegada da Cbemi a Trairão trouxe esperança de salários melhores e muitos trabalhadores largaram empregos com a intenção de ganhar uma vaga na obra da BR-163. Mas, no segundo semestre do ano passado, começaram os problemas, que refletiram em toda a economia do município.
O comércio local, que vendia a crédito para os trabalhadores, está enfrentando prejuízos. Donos de supermercados, açougues, farmácias e lojas de autopeças reclamam que estão com o dinheiro parado, não só por terem vendido aos funcionários, mas também por fornecerem peças e mantimentos para a própria empresa. A situação chegou a tal ponto que toda a população decidiu apoiar a manifestação dos trabalhadores.
Para intermediar as negociações, foi criada uma comissão que tem a participação de empresários e autoridades locais. Só o empresário Edur Matias, que foi eleito presidente da comissão, alega ter mais de R$ 400 mil para receber da empresa.
Logo depois da interdição da rodovia, ônibus, caminhões e carros pequenos começaram a se acumular nos dois lados da ponte na entrada da cidade. Passageiros dos ônibus tiveram que descer e prosseguir a viagem em outro transporte. Deficientes físicos, ambulâncias, carros de transporte escolar e caminhões com produtos perecíveis tiveram passagem livre por períodos alternados. Mas os manifestantes se mostraram irredutíveis quanto a outros veículos.
Por volta do meio-dia, chegaram ao local os advogados que representam a comissão e dois policiais rodoviários federais, além da coordenadora regional do ICMBio, Rosária Sena. Em reunião com a comissão, algumas propostas foram apresentadas, mas não agradaram aos trabalhadores e a manifestação prosseguiu sem nenhuma mudança.
INSEGURANÇA
As obras na rodovia estão paralisadas há mais de quatro meses. Por causa disso, os trechos que ainda estão incompletos oferecem riscos à segurança dos motoristas. No início deste ano, um acidente deixou uma pessoa morta e vários feridos em um desses pontos.
Até as 21h15 de ontem o Centro de Informações Operacionais da Polícia Rodoviária Federal, em Belém, não tinha informações de desinterdição da rodovia, segundo esclareceu ao DIÁRIO o inspetor Parente. (Diário do Pará)
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