terça-feira, 27 de agosto de 2013

JUSTIÇA OUVE ACUSADOS SOBRE DENÚNCIA DA VENDA DE VIATURAS DA PM DURANTE GOVERNO JATENE



A coronel Ruth Léa Costa Guimarães e o 1º sargento Raimundo Nonato Sousa de Lima que, segundo a denúncia promovida pelo Ministério Público Militar, estão envolvidos em um esquema da comercialização irregular de viaturas policiais a outros estados da Federação, foram ouvidos na manhã de ontem pela Justiça Militar e negaram a participação nas irregularidades. Se condenados, Ruth Guimarães e Raimundo Nonato, que são acusados de estelionato e peculato, podem pegar uma pena de até 15 anos.

Em maio passado o promotor de Justiça, Armando Brasil Teixeira, ofereceu denúncia contra policiais militares para apurar a venda irregular de viaturas, pedindo o sequestro dos bens dos denunciados e a instauração imediata do Conselho de Justificação para os oficiais e do Conselho de Disciplina aos praças envolvidos nos fatos.




Armando Brasil diz que o esquema se pautava na atuação direta de Ruth Léa Guimarães, Diretora de Apoio Logístico da Polícia Militar, que após levantamento entre os batalhões militares do interior, averiguava quais viaturas se encontravam paradas, precisando de pequenos reparos.

“Em seguida, ela os incluía numa lista de viaturas inservíveis, sem, contudo requerer da Secretaria de Estado de Administração (Sead) uma equipe ou servidor que atuasse como avaliador do bem. Tudo estaria sendo feito com a anuência do sargento Lima, que era o chefe do controle de tráfego da diretoria de logística”.

Com a relação em mãos, segundo a acusação, Ruth Léa acionava Nicanor Joaquim da Silva e juntos davam início ao processo fraudulento de doação dessas viaturas às instituições filantrópicas, como peças inservíveis, e as comercializava no Estado de São Paulo, arrecadando quantias significativas e repassando às instituições importâncias irrisórias.

Contato

Segundo as investigações, Nicanor era o responsável por entrar em contato com as instituições filantrópicas (fundações), levar o Termo de Doação e comercializar os veículos que eram transportados do Pará em caminhões cegonha até São Paulo.

 


No depoimento de ontem, Ruth Léa confirmou conhecer Nicanor mas afirmou perante o juízo ter sido ludibriada por ele, que teria se aproveitado de sua amizade para cometer as ilegalidades. A oficial disse ainda que Nicanor lhe garantia que os veículos seriam doados “As doações dos veículos que estavam parados eram verbais e não oficiais, contrariando uma ordem da secretaria de segurança pública que havia determinado o leilão dos bens”, destaca Brasil.

Para subsidiar as investigações do MP, o promotor lembra que a Justiça autorizou a escuta telefônica e a quebra do sigilo bancário dos envolvidos revelando uma ligação criminosa entre os mesmos que remonta a 2006. “Há várias conversas que explicitam o esquema criminoso de venda do patrimônio público e de transações econômicas entre eles, inclusive com solicitação de depósitos bancários na conta dos militares, em decorrência da comercialização das viaturas”.

Na casa de outros envolvidos foram localizados documentos que comprovam as transações realizadas e cadernos de anotações nos quais constam os valores obtidos com as vendas irregulares, as transferências feitas aos participantes e o tipo e modelo do veículo transacionado.

Em julho passado foi determinada a abertura de um Conselho de Justificação da PM para avaliar se Ruth Léa será expulsa ou não da corporação. “Existe grande probabilidade pela expulsão”, avalia o promotor. No próximo dia 20 Nicanor da Silva será ouvido na Justiça Militar.

Assessoria de Comunicação via Diário do Pará

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