segunda-feira, 15 de abril de 2013

Universidade federal ainda tem aulas em hotel após três anos de criação

Extraído da página da UOL, recomendo leitura



Cristiane Capuchinho
Do UOL, em Santarém (PA)
04h30


Fachada do hotel em que alunos da Ufopa assistem às aulas e dividem espaço com instituição privada
A Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) vive de improviso mesmo três após o decreto de sua criação em novembro de 2009. Um de seus campi se chama "Boulevard" -- referência ao nome do hotel em que funciona, o Amazônia Boulevard.
Todos os 1.200 calouros que recebe a cada vestibular passam pelas 40 salas de aula que funcionam em conjunto com as atividades hoteleiras do locador, agências de viagem e até uma outra unidade universitária de uma instituição privada.

Alunos de Federal do Oeste do Pará têm aulas em hotel por falta de salas

Cartaz em prédio da Ufopa denuncia a falta de laboratórios para os cursos de farmácia e biotecnologia. O problema só deve ser completamente resolvido em 2017, quando for entregue um prédio de quatro blocos no campus Tapajós, em Santarém. Até lá, ao menos duas turmas de alunos já deverão ter se formado Cristiane Capuchinho/UOL
Segundo um relatório da CGU (Controladoria Geral da União), de julho de 2012, ali estão alugados também 140 m² para biblioteca, além de um auditório de 1.000 m².
Esse não é o único improviso. No campus Rondon, antigo espaço da UFPA, um prédio ainda não acabado já tem salas de aulas e laboratórios ocupados desde janeiro. Ainda sem acabamento e com áreas em construção, as salas servem à demanda crescente dos estudantes que chegam.

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O problema de espaço para salas de aulas e laboratórios só deve ser completamente resolvido em 2017, quando deverá estar pronto um edifício entregue em quatro etapas no campus Tapajós, segundo o reitor José Seixas Lourenço.
Até 2017, duas turmas de ingressantes já deverão ter se formado. A construção do edifício ainda não foi iniciada. 

Abandonar navio

A falta de estrutura atinge também os professores que não têm laboratórios para desenvolver suas pesquisas --a pesquisa é um dos pilares da atuação universitária em conjunto com o ensino e a extensão de serviços à comunidade. 

"Não temos como concorrer de igual para igual pela verba dos órgãos de fomento. No projeto de pesquisa preciso apontar qual a infraestrutura que o projeto vai ter e não tenho nada", reclama o professor Aguinaldo Gomes, da licenciatura em história e geografia.
"A gente mesmo se coloca um prazo para esperar que a situação melhore, se não, vou embora", comenta Rodrigo Fadini, professor de ecologia florestal.

"O curso de agronomia tem que ter prática. Não temos prática, só teoria. Não tem material para experimento, não tem fazenda, não tem viveiro, é muito difícil fazer campo"

JULIA BATISTA FERREIRA, aluna do 4º semestre de agronomia

No curso de licenciatura integrada em história e geografia, dos 15 professores existentes, 6 ou já deixaram ou estão em processo de saída da instituição.
Os cursos de ciências econômicas e de farmácia são dois dos que têm sua continuidade ameaçada por falta de professor. Serão trazidos docentes de outras universidades federais para assumirem aulas nos próximos semestres, afirma o reitor José Seixas Lourenço, que confirma que as graduações passarão por uma reavaliação para saber se têm condições de seguirem ofertando vagas.
Os professores não são os únicos a deixarem vagas ociosas na Ufopa. Das 290 cadeiras oferecidas anualmente nos cursos de licenciatura, metade não é preenchida. Um dos bacharelados interdisciplinares oferecidos pela instituição, o de etnodesenvolvimento, não tem nenhum aluno matriculado no momento.

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