sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Amanhã, inauguração da fábrica de chocolate em Medicilândia

O município de Medicilândia, na região do Rio Xingu, será sede da primeira fábrica de chocolate da Amazônia, a ser inaugurada no próximo sábado (4), um investimento do governo do Estado do Pará. A escolha do município tem boa explicação: Medicilândia é o maior produtor de cacau do Brasil e ajudou a colocar o Pará em segundo lugar na produção nacional de cacau, liderada pela Bahia. A 90 quilômetros de Altamira, município sede da região, o município destaca-se ainda pela qualidade da produção orgânica do fruto, reconhecida no mundo inteiro.


Investimentos do governo estadual em parceria com a iniciativa privada na agricultura familiar da região do Xingu/Transamazônica, nos últimos anos, foram decisivos para o crescimento do setor. Com o aumento na produção do fruto e melhoria da qualidade, a expectativa é de que até 2015 o Pará deva liderar a produção nacionalde cacau, segundo estimativas da Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri). Um bom indicativo é que, em 2008, Medicilândia produziu cerca de 22 mil toneladas, quatro mil a mais que o ano anterior.


Uma cooperativa de gestão agroindustrial, criada em maio deste ano, vai administrar a fábrica. Serão processadas 360 toneladas de amêndoas para produzir 400 toneladasde chocolate por ano, gerando, inicialmente, mais de mil empregos diretos e indiretos.


Orgânicos valem 50% mais - O governo do Estado construiu e inaugurou o Centro de Referência do Cacau Orgânico, também em Medicilândia, um investimento de R$ 2,4 milhões, metade do Estado e metade da ONG Fundação Viver, Produzir e Preservar - Transamazônica/Xingu(FVPP).


Com uma colheita de 60 mil toneladas anuais de cacau, o Pará é destaque por seu fruto orgânico com certificação internacional, que o diferencia no mercado. O cacau orgânico da Amazônia é exportado para a Europa desde 2008 e custa em torno de 50% a mais que o não-orgânico.


Com a fábrica, a expectativa é de ver o produto sair da região de forma acabada. A fábrica de chocolate de Medicilândia chega para fortalecer todo o processo de produção que há na região, unindo as inovações tecnológicas à produção familiar do cacau plantado no sistema tradicional, aumentando o potencial existente.


Com a extinção gradativa dos agrotóxicos nas plantações cacaueiras, a produção de Medicilândia passou a ser quase totalmente orgânica. A criação da Cooperativa de Cacau Orgânico da Amazônia (Coopoam) foi fundamental neste processo. Com o incentivo da cooperativa, os agricultores utilizam biofertilizantes produzidos por eles mesmos.


De acordo com informações da Sagri, é necessária uma quarentena de ao menos três anos para livrar os pés de cacau da contaminação por agrotóxico. Só depois desse prazo a cooperativa pode avaliar e certifcar o cacau produzido.


Destaque no mercado internacional - O cacau de Medicilândia é destaque em eventos no mundo inteiro. Representantes de fábricas do porte da Natura e da austríaca Zotter visitam Medicilândia para conhecer o processo natural de produção do cacau, que envolve diretamente oito famílias da região. A Zotter é uma fábrica que produz mais de 240 sabores de chocolate, com matéria-prima orgânica.


Os olhos estrangeiros se voltam para as etapas de produção e para a forma como é obtida a qualidade do cacau orgânico da Amazônia. Quanto mais apurado, mais valorizado é o produto no mercado. A qualidade da produção orgânica, considerada de primeira, atrai até compradores da Bahia, segundo produtores locais.


Um grande incentivo para obter estes resultados foi a criação do Programa de Produção Orgânica da Transamazônica-Xingu, que une cooperativismo e agricultura familiar, tendo à frente a ONG FVPP e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Dentro das diretrizes do programa, constam a preocupação com o plantio em sistema agroflorestal, a preservação da floresta tropical, o controle de qualidade e a agricultura sustentável. Além das cooperativas associadas, a iniciativa conta com a parceria dos governos do Pará e federal e DED (Deutscher Entwicklungs Dienst).

Fonte: Secom

2 comentários:

  1. você foi o responsável pela criação da fábrica ou incentivou a criação do funcacaum ou algo parecido, pois estive entrevistando o secretário de agricultura de Altamira e este citou seu nome.

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  2. PARABÉNS PELO BLOG!

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