segunda-feira, 27 de abril de 2015

CONFERÊNCIA DE DIREITOS HUMANOS REUNIU MAIS DE 5 MIL PESSOAS EM BELÉM

A VI Conferência Internacional de Direitos Humanos será realizada entre os dias 27 e 29 de abril e terá 8 painéis, 12 fóruns e diversas audiências públicas, além de três conferências magnas.


Foi realizada na manhã desta segunda-feira (27), a abertura da VI Conferência Internacional de Direitos Humanos, no Centro de Convenções da Amazônia - HANGAR, em Belém. Com o tema a Efetivação dos Direitos da Igualdade, o evento reuniu mais de 5.000 pessoas. “Esta Conferência é um marco decisivo da sociedade brasileira contra a avalanche conservadora e na defesa das garantias constitucionais do cidadão”, afirmou o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ao declarar aberto o encontro.


Segundo o presidente da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos, “este pedaço da Amazônia é fundamental para a firmação da democracia e da liberdade”. Após a exibição do documentário “Ninguém Cala a Advocacia”, sobre a morte de advogados no exercício da profissão no Estado, Jarbas disse que é difícil falar de alegria e de esperança, mas que é necessário.

Wadih Damous, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, explicou que a VI Conferência Internacional enfrentará grandes temas em seus painéis, fóruns e audiências públicas. Em seu discurso, Wadih Damous, deixou claro o tom que marcará a conferência ao fazer um chamamento para combater os riscos que ameaçam o sistema democrático do país, como a intervenção dos militares na sociedade brasileira, a questão sobre a terceirização e a redução do maioridade penal. “Há falta de efetivação de direitos humanos, inclusive de primeira geração, em nosso país. O Congresso tenta aprovar projetos que nos levam a estágio de retrocesso civilizatório, como a redução da maioridade penal e a terceirização de maneira ampla das relações de trabalho. As dimensões dos direitos humanos têm muito a avançar. É uma caminhada cheia de percalços, mas que vale a pena trilhar”, disse.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal - STF, ministro Ricardo Lewandowski, falou em seu pronunciamento de abertura da importância histórica dessa conferência de três dias no Pará, onde serão reunidas forças para lutar pelos Direitos Humanos no Brasil. O ministro fez duras críticas a "difusão da cultura da violência". Para ele, "O século XXI tem tudo para ser a era dos direitos. Mas eis que de repente nos deparamos com a chamada banalização do mal. O mundo se depara com essa banalização, essa generalização. É um menosprezo à vida. Há uma espécie de difusão da cultura da violência, da pena de morte informal. Temos hoje no Brasil contrariedades à presunção de inocência, mas o Judiciário e a OAB estão empenhados em varrer essas ameaças”. O presidente do STF lamentou a precarização das relações de trabalho que são somadas à privatização da educação, da saúde e da previdência.

Programação 

Dentre os temas que serão tratados estão: desigualdade racial, igualdade de gêneros e povos indígenas e desenvolvimento da Amazônia. Também serão apresentados fóruns sobre acesso à terra, garantia à saúde, acesso à justiça e violência, exploração sexual infantil e tráfico de pessoas, entre outros. A programação completa e outras informações estão disponíveis no site oficial do evento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário