quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Airton Faleiro fala de sua trajetória política




Em entrevista concedida à jornalista Christina Hayne, no município de Santarém o candidato Airton Faleiro falou do início de sua trajetória, de suas lutas e conquistas, citou projetos criados em benefício das populações urbana e do campo e programas que foram aprovados ao longo de seus dois mandatos como deputado estadual na Assembléia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), o primeiro, em 2002, cujo período firmou-se como líder da oposição e, o segundo, em 2006. Nestes últimos três anos e meio, Airton Faleiro esteve a convite da governadora Ana Júlia Carepa, como líder da base governista no parlamento estadual.

(CH) Airton Faleiro, o que o levou a se tornar um líder político? Faça uma retrospectiva de sua trajetória pessoal e política iniciando pela sua chegada ao Pará, passando pela luta e pela sobrevivência que o consolidou na Transamazônica e regiões sul e sudeste.

“Mesmo já tendo exercido dois mandatos como deputado estadual, e em meio ao processo eleitoral voltado para concorrer a um terceiro mandato, devo dizer que nossa família não é tradicional da política. Eu entrei na política por necessidade e também por convicção, assim como tudo que aconteceu na minha vida. Sempre fui movido por necessidade do povo, por convicção, por decisão pessoal, política, familiar e também por decisão coletiva.
Venho de uma família de oito (8) irmãos. Tínhamos um pequeno pedaço de terra no sul do Brasil. A busca por mais terra produtiva nos moveu e fez com que decidíssemos vir para Amazônia, mais exatamente, na Transamazônica, lugar onde hoje, os irmãos possuem um pequeno pedaço de terra pra viver e trabalhar. Isso custou suor e muita luta”.
Quando o governo federal nos abandonou, deixando de lado o projeto da Transamazônica e também a Santarém-Cuiabá eu tive que participar por necessidade da organização social, do Movimento pela Sobrevivência da Transamazônica em busca de melhoria de vida pra mim, pra minha família e pra todos que lá se encontraram. Tal decisão de luta foi uma necessidade. Na verdade, busquei sempre participar das lutas do meu tempo. A primeira comunidade que ajudei a organizar foi em Placas. Lá não tinha liderança, ou nós liderávamos a construção da escola, da igreja, da estrada, da cantina comunitária, do caminhão comunitário, da delegacia sindical, ou nada acontecia.
Participei da vida sindical. Estive à frente das oposições sindicais, inclusive na corrente sindical Lavradores de Santarém. Depois, cheguei a dirigente da Federação e Trabalhadores de Agricultura, a Fetagri e a dirigente nacional da Contag – Confederação dos Trabalhadores em Agricultura. Também estive como dirigente nacional e estadual da Central Única dos Trabalhadores – CUT -, por entender que havia uma necessidade de melhorar a condição de vida da classe trabalhadora, classe, esta, da qual eu faço parte, e, por mais uma vez, por decisão e convicção de que eu não podia me acomodar e não podia assistir a situação de grande necessidade que passava nossa população, optei em participar de todo esse processo de organização. Minha liderança aumentava e era cada vez mais reconhecida. Com o passar dos anos, meu nome surgiu como opção para representar os trabalhadores do campo, fato este que se consolidou anos mais tarde, pelo Partido dos Trabalhadores”.


(CH) Faleiro, você participou do processo de organização partidária pela fundação pelo Partido dos Trabalhadores? Esse processo contribuiu com a organização do campo, com a organização dos trabalhadores e com o desenvolvimento do Pará?

(AF) – “To lembrado que quando surgiu à idéia da criação do Partido dos Trabalhadores eu estive envolvido e fui um dos fundadores do PT, mais uma vez, movido pela necessidade de melhorias. Lembro que naquela época, o presidente Lula já nos dizia ser necessário que a classe trabalhadora tivesse uma participação política e que estivesse cada vez mais organizada. Chegamos a um momento, que não bastava mais só reivindicar por melhores dias na área da economia, do social, nos direitos trabalhistas. Era fato: a classe trabalhadora do Pará e do Brasil tinha que deixar de ser apenas eleitora e participar mais ativamente da vida política do país, e, para ser também votado era necessário que nós criássemos um partido político. Eu acreditei nessa idéia. Fui um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e ajudei a construir juntamente com vários companheiros, o PT nacional.
No início, lembro que fui muito criticado. Muita gente tinha medo do PT. Enfrentamos dificuldades, mas, tudo que aconteceu me faz sentir muito gratificado por ter participado dessa história tão bonita da classe trabalhadora brasileira. Hoje, temos o fruto de tudo que aconteceu.
Nas comunidades da Transamazônica, por exemplo, muita gente hoje nos agradece pelo trabalho, em especial na luta pela sobrevivência, mas também a luta pela organização das entidades sindicais, pela criação do nosso partido, o dos Trabalhadores. Apesar das críticas e dos obstáculos, conseguimos garantir grandes vitórias. Tudo isso hoje apresenta resultados práticos que melhoram a vida das pessoas. Valeu à pena”.


(CH) Candidato, faça uma retrospectiva de seus mandatos como deputado estadual e cite fatos que confirmaram sua contribuição para a população paraense e para o governo de Ana Júlia?

“Mesmo sendo sócio fundador do PT estive na militância por muitos anos, mas, apenas em 2002, ano que o Lula se elegeu pela primeira vez presidente da República eu fui candidato a deputado estadual e fui eleito com cerca de 25 mil votos, com a função principal de ajudar a implementar as políticas do governo Lula no estado do Pará, mas também, com a meta de fazer um bom trabalho de oposição. Acabei terminando o meu primeiro mandato como líder de oposição.
Na outra eleição, em 2006, assumi a função de deputado e na ocasião a governadora Ana Júlia Carepa, depositou grande confiança em mim e me convidou para ser seu líder na Assembléia Legislativa do Pará, então sai da condição de líder da oposição para líder de governo, e neste período, aprendi muito. Posso ter cometido algumas falhas, eu sei disso, mas, por outro lado, posso assegurar que todos aqueles que confiaram em mim e que votaram em mim, que trabalhei muito e junto com o governo Ana Júlia, obtivemos bons resultados. Eu diria que o coração do governo Ana Júlia passou pela Assembléia Legislativa e eu liderei a votação de projetos e programas importantes que eu vejo hoje fazer diferença na vida das pessoas e das famílias paraenses.
Fizemos à votação da reforma administrativa; trabalhamos pela criação de novas secretarias, pela criação do Instituto de Desenvolvimento Florestal, o Ideflor e pela Secretaria Estadual da Pesca. Tivemos êxito nas aprovações, dentro do prazo regimental, todos os anos, das peças orçamentárias, ou seja, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçantárias, a LOA, sem grandes alterações, sempre negociando com a oposição e convocando o apoio da base governamental.
Conseguimos votar na Assembléia Legislativa, todos os pedidos de autorização de empréstimos que a governadora mandou para aquela Casa, empréstimos, estes, que hoje estão sendo executados em prol da população do Pará. Os programas que hoje chegam aos municípios e nas comunidades também passaram pela Assembléia Legislativa e eu na condição de líder, trabalhei muita pela aprovação desses programas. Entre eles, merece destaque, por exemplo, o programa “Caminhos da Parceria” que tanto cuida da pavimentação e da melhoria das vias urbanas, como das vicinais, dos ramais, furos e dos demais acessos do meio rural.
Na condição de líder do governo eu trabalhei pela aprovação dos principais programas, e que hoje estão chegando e dando respostas aos anseios das pessoas Contribui, por exemplo, com a aprovação do primeiro programa voltado para agricultura familiar nesse estado, que é o programa “Campo Cidadão”, que já atendeu mais de 80 mil famílias, assim como, com a aprovação do programa voltado para os extrativistas, o “Extrativismo Vivo”, hoje executado pelo Ideflor. Trabalhei muito para garantir, pela primeira vez, recursos do governo do Estado para a Pesca, pois não tinha recurso no orçamento.
To lembrado ainda quanto contribui com a aprovação de programas importantes para juventude, a exemplo da aprovação do Bolsa Trabalho, que tem correspondido a altura as necessidades da juventude e o “Navega Pará”, que hoje atende a tantas pessoas com infocentros espalhados por vários municípios paraenses. Também passou pela Assembléia Legislativa, durante o período que estive como líder, a votação da meia passagem intermunicipal. A governadora Ana Júlia, hoje garante a execução de um programa voltado para recuperação e construção de escolas de Ensino Médio, inclusive nas áreas indígenas e quilombolas. Dialoguei muito com ela sobre esse assunto, afinal, para se chegar à universidade é preciso passar com qualidade pelo ensino médio. Também participei do processo de implantação da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, feito, este, que ocorreu no governo Lula. Nós participamos dessa luta.
Na área da segurança pública, a pedido da governadora, nós garantimos a aprovação da execução e a ampliação de concursos públicos. Hoje o quantitativo de concursados nas polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros aumentou significativamente.
A destinação dos recursos para a saúde pública também passou pela liderança de governo na Alepa, tanto para os hospitais regionais, como aquela que foi uma decisão inteligente da governadora de passar o recurso fundo a fundo para os municípios, de acordo com a população de cada município, independente de partido a qual pertença o gestor municipal.
Várias demandas que hoje contribuem com a consolidação do desenvolvimento do Estado do Pará passaram pela aprovação do legislativo, demandas, esta, que foram aprovadas e que hoje contribuem tanto com o micro crédito como com a macroeconomia, a exemplo da industrialização do nosso minério, a verticalização da produção mineral e agropecuária”.

(CH) Qual a mensagem que deixaria a seus eleitores e simpatizantes na condição de candidato a reeleição?
“Tenho que agradecer a todos que me ajudaram, a Deus em primeiro lugar, aqueles que me convidaram para essa luta, aos militantes, a minha família, que sempre entendeu e participou da minha luta. Não tem como a gente não comemorar tudo isso que aconteceu de bom e eu sei que ainda tem muito que fazer, mas, a cada desafio novo que aparece nos provoca a dar respostas e é por isso que eu me coloco então na condição de candidato a reeleição para continuar dando seqüência aos projetos que nós conquistamos tantas lutas, tantos sonhos que aos poucos nós estamos realizando, gradualmente, mas de forma permanente. É isso que vale a pena! Quero que todos se orgulhem de mim pelo que eu fiz, quero que meus filhos e meu povo tenham orgulho de eu ter feito e participado da boa política. Quero que essa marca fique registrada na nossa história”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário