Por assessoria (com informações da Ascom do MCTI e
da professora Raimunda Monteiro)
Ao centro professora Raimunda Monteiro (Ufopa) no Simpósio
O desenvolvimento da Amazônia foi tema de debate no
último dia 17, no Rio de Janeiro. Numa iniciativa do Museu Paraense Emilio
Goeldi e do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES foi realizado o I Simpósio Relações
entre Ciência e Políticas Públicas: Propostas de Bertha Becker para o
Desenvolvimento da Amazônia.
Bertha Becker é uma das mais importantes geógrafas
do país. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
doutora honoris causa pela Universidade de Lyon III, na França, e integrante da
Academia Brasileira de Ciências.
No evento Bertha afirmou que “Os planejamentos para
a Amazônia precisam estar atrelados a políticas para a região, e o investimento
em produção é fundamental para promover a preservação do bioma”. Para Bertha a proposta de proteção não tem
conseguido por si só preservar a natureza e nem gerar riqueza e conhecimento.
Há a necessidade de produzir para preservar. A geógrafa também ressaltou que além
dos serviços básicos para a população, é importante gerar inovação, substituir
o tipo de importação na sua essência e fomentar a indústria criativa local. Ela
aponta que esses são elementos cruciais para o desenvolvimento amazônico.
Pesquisadora do Museu Goeldi e coordenadora do
simpósio, Ima Vieira, destacou, entre as contribuições de Bertha, as
participações na construção da Política Integrada para a Amazônia Legal e do
Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras. “O seu
conhecimento científico foi fundamental para a consolidação de propostas que
ajudaram a viabilizar a produção de conhecimento regional”. No simpósio, Ima Vieira anunciou a realização de mais dois
eventos para debater o tema.
A professora da Universidade Federal do Oeste do
Pará -Ufopa, Raimunda Monteiro (uma das palestrantes na Mesa
3: Território e Sustentabilidade na BR-163: estado atual do Modelo de Distrito
Florestal Sustentável) destacou que em sua fala de abertura, no simpósio,
Bertha Becker fez questionamento e disse
que lamenta sobre sucessão de planos governamentais que são colocados em
prática. "Ela aposta no
planejamento e na sua consecução como meio para
eliminar os problemas sociais da Amazônia e valorizar as riquezas que
a região
abriga em seu espaço privilegiado
e em sua extensão e complexidade territorial. Ela reafirmou que o planejamento só faz
sentido se estiver ligado à política, se os decisores o colocarem em prática.
Para isso, enfatizou a necessidade de adequação das estruturas do Estado ( e
das instituições em geral) para dar conta do planejamento em suas múltiplas
escalas. Por fim, Bertha deixou uma mensagem firme sobre o dilema conservar ou
produzir que persegue todas as discussões sobre o desenvolvimento da Amazônia:
"produzir para preservar". Só assim, podemos horizontalizar os
benefícios das riquezas e justificar economicamente a conservação da base de
recursos naturais”.
Bertha Becker tem como publicações:
Dimensões Humanas da Biodiversidade – O Desafio de
Novas Relações Sociais (co-autoria de Irene Garay);
Migrações INTERNAS no BRASIL - Reflexo da Org. do
Espaço Desequilbrada;
Tecnologia e gestão do território (Bertha Becker et
al.);Amazônia. Geopolítica na virada do III Milênio (2004, Garamound, 172 pag,
Rio de Janeiro[2];
Um Futuro para Amazônia (co-autoria de Claudio
Stenner);
Dilemas E Desafios Do Desenvolvimento Sustentável
(Bertha Becker, Ignacy Sachs e Cristovam Buarque) e
BECKER, Bertha k. Geopolítica da Amazônia, São
Paulo:Garamond: 2006
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