segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Amazônia: produzir para preservar


Por assessoria (com informações da Ascom do MCTI e da professora Raimunda Monteiro)


Ao centro professora Raimunda Monteiro (Ufopa) no Simpósio



O desenvolvimento da Amazônia foi tema de debate no último dia 17, no Rio de Janeiro. Numa iniciativa do Museu Paraense Emilio Goeldi  e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES foi realizado o I Simpósio Relações entre Ciência e Políticas Públicas: Propostas de Bertha Becker para o Desenvolvimento da Amazônia.

Bertha Becker é uma das mais importantes geógrafas do país. Professora emérita da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora honoris causa pela Universidade de Lyon III, na França, e integrante da Academia Brasileira de Ciências. 

No evento Bertha afirmou que “Os planejamentos para a Amazônia precisam estar atrelados a políticas para a região, e o investimento em produção é fundamental para promover a preservação do bioma”. Para Bertha a proposta de proteção não tem conseguido por si só preservar a natureza e nem gerar riqueza e conhecimento. Há a necessidade de produzir para preservar. A geógrafa também ressaltou que além dos serviços básicos para a população, é importante gerar inovação, substituir o tipo de importação na sua essência e fomentar a indústria criativa local. Ela aponta que esses são elementos cruciais para o desenvolvimento amazônico.


Pesquisadora do Museu Goeldi e coordenadora do simpósio, Ima Vieira, destacou, entre as contribuições de Bertha, as participações na construção da Política Integrada para a Amazônia Legal e do Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais Brasileiras. “O seu conhecimento científico foi fundamental para a consolidação de propostas que ajudaram a viabilizar a produção de conhecimento regional”. No simpósio,  Ima Vieira anunciou a realização de mais dois eventos para debater o tema.

A professora da Universidade Federal do Oeste do Pará -Ufopa, Raimunda Monteiro (uma das palestrantes na Mesa 3: Território e Sustentabilidade na BR-163: estado atual do Modelo de Distrito Florestal Sustentável) destacou que em sua fala de abertura, no simpósio, Bertha Becker fez questionamento  e disse que lamenta sobre sucessão de planos governamentais que são colocados em prática.  "Ela aposta no planejamento e na sua consecução como meio para  eliminar os problemas sociais da Amazônia e valorizar as riquezas que a  região  abriga em seu espaço privilegiado  e em sua extensão e complexidade territorial.  Ela reafirmou que o planejamento só faz sentido se estiver ligado à política, se os decisores o colocarem em prática. Para isso, enfatizou a necessidade de adequação das estruturas do Estado ( e das instituições em geral) para dar conta do planejamento em suas múltiplas escalas. Por fim, Bertha deixou uma mensagem firme sobre o dilema conservar ou produzir que persegue todas as discussões sobre o desenvolvimento da Amazônia: "produzir para preservar". Só assim, podemos horizontalizar os benefícios das riquezas e justificar economicamente a conservação da base de recursos naturais”.

Bertha Becker tem como publicações:
Dimensões Humanas da Biodiversidade – O Desafio de Novas Relações Sociais (co-autoria de Irene Garay);
Migrações INTERNAS no BRASIL - Reflexo da Org. do Espaço Desequilbrada;
Tecnologia e gestão do território (Bertha Becker et al.);Amazônia. Geopolítica na virada do III Milênio (2004, Garamound, 172 pag, Rio de Janeiro[2];
Um Futuro para Amazônia (co-autoria de Claudio Stenner);
Dilemas E Desafios Do Desenvolvimento Sustentável (Bertha Becker, Ignacy Sachs e Cristovam Buarque) e
BECKER, Bertha k. Geopolítica da Amazônia, São Paulo:Garamond: 2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário