Em entrevista coletiva à imprensa, na manhã desta quarta-feira, 20, na Assembléia legislativa, a bancada do PT, representada por Carlos Bordalo (líder da bancada), Aírton Faleiro (vice-líder) e Chico da Pesca, fez uma análise técnico-político sobre os 100 dias da gestão de Simão Jatene e sobre a agenda mínina.
Para a bancada o balanço dos 100 dias da gestão do PSDB mostrou sinais de uma crise política, com o já desgaste da imagem do governo , pois o governador está tendo que enfrentar sérias crises como a polêmica das farras das assessorias especiais com o nepotismo cruzado e o escândalo de fraudes na Assembléia legislativa, que envolve sua base. Sobre o primeiro assunto, Faleiro é autor de um projeto de Lei para regulamentação da contração das assessorias especiais, o qual o deputado afirma que não irá abrir mão para ver aprovado.
Na apresentação da agenda mínima para seus 4 anos, Jatene voltou a entoar o discurso de desconstrução do governo petista, mas como apontam os deputados do PT, há apenas 22 ações novas. “Mais de 70% são continuações de ações da gestão do PT”, afirmou Bordalo.
De acordo com a bancada a relação entre o governo estadual com o federal é de distanciamento. Isso se evidencia pela não inclusão das obras do PAC na agenda mínima e também pelos sucessivos ataques ao governo anterior (que era do PT) e isso na visão dos deputados é ruim para o Pará. Na medida em que o governo prioriza atacar o PT, automaticamente ele se distancia do governo federal que é conduzido por uma petista.
Mas a relação de distanciamento parece não está sendo construída só com o governo federal. Os petistas apontam já uma crise na Assembléia Legislativa. Há uma briga silenciosa entre o PMBD e PSDB e averdade é que o conjunto da base não faz a sua defesa apaixonada na Alepa.
A bancada afirma que está à disposição do governador Simão Jatene, para discutir uma agenda estrutural para o Pará mas querem uma relação construtiva e acima de tudo, respeitosa. “Como oposição, estamos numa situação confortável e na ofensiva”, ratificou o deputado Aírton Faleiro.
Dados técnicos sobre a agenda mínima
Com relação à segurança pública os petistas argumentam que é ilusória a afirmativa de que os índices sobre a violência caíram neste primeiro período do ano (tendo como referência o mesmo período do ano passado). “Em janeiro de 2011 foram registrados 245 homicídios, em fevereiro houve de fato uma queda, com 214, mas em março esse número subiu para 253”, mostrou o deputado Carlos Bordalo, líder da bancada do PT.
Outra situação apontada foi a desativação de 3 importantes delegacias: a de Atendimento à Mulher, em Redenção; a de conflitos agrários, de Paragominas e o plantão da Adepol da cidade Nova, em Marabá. Além disso, os petistas afirmam que a retirada do projeto de Lei de reestruturação da Polícia Civil que estava em tramitação na Alepa, se constitui em um grave retrocesso para a categoria e isso pode já está refletido nos números da violência.
Na área da saúde no Estado, foi levantada a situação da Santa Casa, em que importantes investimentos foram feitos e já chega à bancada notícias de falta de insumos para a manutenção do hospital. A questão da crise na hemodiálise também foi citada, mostrando que algo grave está acontecendo na área da saúde. O fechamento do hospital de Tailândia também foi apontado como retrocesso.
A bancada afirmou que nenhuma manutenção importante foi feitas nas estradas paraenses, muito embora tenha sido deixados recursos para esta finalidade.
Já na área da educação, os petistas consideraram o fato de que os alunos da rede estadual estão usando o uniforme dado pela gestão anterior e não há sinalização de que o governo do Estado irá fornecer uniformes aos alunos. Assim também como já há sinal de crise com relação ao transporte escolar, que inclusive, teve um planejamento no governo anterior e suas dificuldades quase sanadas.
Ainda em se tratando de educação, a atenção dispensada à juventude foi ponto de preocupação para os petistas, uma vez que na agenda mínima apresentada do governo de Simão Jatene, serão disponibilizados 100 milhões de reais para o Bolsa-Trabalho para 4 anos – o que dá 25 milhões por ano. Na gestão passada, por ano eram disponibilizados 45 milhões de reais, o que já sinaliza um grave retrocesso neste programa criado pelo governo do PT.
Na área da cultura, a bancada já aponta além de retrocesso em investimentos, um sinal de disputa política. Um projeto de autoria do deputado Carlos Bordalo reconhecendo as aparelhagens de som como patrimônio Cultural e Imaterial do Estado, teve veto do governador. Para Bordalo, Jatene foi, na verdade induzido ao um erro, o qual na opinião do deputado Aírton Faleiro traz um desgaste na imagem do governador junto à população, que pode entender essa ação como uma imposição de cultura elitizada.
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