quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Pará é o quarto do país em homicídios de negros


A taxa de homicídios de negros no Brasil é de 36 mortes por 100 mil. Para “não negros” esta taxa cai para 15,2, ou mais que o dobro de vítimas negras para cada indivíduo de outra raça morto. O Pará ocupa o quarto lugar do país em vitimização de pessoas negras. A relação é de 55,1 negros assassinados para 15,5 não negros, ou, mais que o triplo entre os dois grupos. Os dados fazem parte do estudo “Vidas perdidas e racismo no Brasil”, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O estudo sobre a discriminação contra negros no país, por sua situação socioeconômica e por sua cor de pele, mostra que esta proporção alcança o patamar de 17,4, como é o caso no estado de Alagoas, onde a diferença de taxas entre os dois grupos atinge a marca de 76 por 100 mil habitantes. Alagoas registrou o maior número de mortes de afrodescendentes, enquanto o Nordeste é a região mais violenta para a raça.
O diferencial de taxas de vitimização entre negros e não negros é bastante acentuada para a maioria das Unidades Federativas e, em particular, para as do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.




ara realizar as análises, os pesquisadores do Ipea fizeram os cálculos sobre a perda de expectativa de vida ao nascer devido à violência, como homicídios, acidentes de transporte, suicídios e outros acidentes. Alagoas continua no topo da lista, onde a perda total de expectativa de vida chega à 6,21 anos, nos quais 4,08 são referentes a homicídios. No Pará a perda de expectativa é de 4,8, sendo 2,67 vítimas de homicídio. Santa Catarina detém o índice mais baixo, equivalente a 2,01.
O Ipea mostra na pesquisa que Alagoas aparece como o estado com o maior número de homicídios registrados no ano de 2010, em uma estimativa de 80 mortes para 100 mil habitantes. No Pará foram 54 por 100 mil.



Analisando os números desagregados por região para os homens negros, a perda de expectativa de vida é, em termos gerais, mais elevada nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, onde tal indicador atinge o patamar superior a 4 anos, no qual é resultado, principalmente, das mortes por homicídios e no trânsito. Para os homens não negros, a perda é maior nas regiões Sul (3 anos) e Sudeste (2,8 anos), sendo que a ordem de importância dos principais componentes por morte violenta se inverte: as mortes por acidentes de transporte são mais pronunciadas do que aquelas por homicídio.
Assessoria de Comunicação via Diário do Pará

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