O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), tomou posse na tarde desta terça-feira (1º) na Câmara Municipal, no Centro da capital paulista. Além dele, foram empossados os 55 vereadores que vão dar início à 16ª legislatura.
Haddad seguiu logo depois para a sede da Prefeitura, onde o prefeito Gilberto Kassab (PSD) realizou a transmissão do cargo. O evento contou com a participação do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, representou a presidente Dilma Rousseff. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu.
Mais tarde, o prefeito afirmou: " Eu sou daqueles que acreditam não apenas que haja amor em São Paulo. Acredito que esse amor está pronto para se manifestar com cada vez mais força."
Os primeiros a serem empossados na Câmara foram os 55 vereadores eleitos em outubro. A cerimônia começou por volta das 15h20 com o hino nacional. Depois, os vereadores foram chamados para fazer o juramento. A solenidade seguiu com a posse e o juramento do prefeito eleito e da vice, Nádia Campeão (PCdoB).
Haddad fez um breve discurso no plenário da Câmara. “O Legislativo não é obstáculo ao poder imperial do chefe do Executivo. Muito pelo contrário, é aquele poder representado pela vontade popular”, disse. Ele falou que os 55 vereadores terão “toda consideração do prefeito” e que “as portas dos gabinetes da Prefeitura e das subprefeituras estarão sempre abertas para recebê-los”. “Quero ter um alto padrão de relacionamento com o Legislativo”, afirmou.
Cerimônia na Prefeitura
Haddad chegou à sede da Prefeitura por volta das 16h30 para a cerimônia de transmissão de cargo, que contou com convidados como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
O tucano discursou e prometeu ser um aliado do Haddad em tudo o que for do interesse de São Paulo. "Saiba, prefeito Fernando Haddad, que poderá sempre contar com apoio do governo do estado naquilo que for de nossa competência e interesse de São Paulo. Os interesses de São paulo não conhecem questões de partido. Aos interesses de São Paulo se sobrepõe apenas uma coisa: os interesses do Brasil e dos brasileiros. Fernando Haddad, bom trabalho. Conto com você."
Haddad respondeu mais tarde: "Não posso, não devo e não farei. Não recusarei um único centavo do governo do estado, um único centavo do governo federal, que é de direito do povo paulistano, independentemente de bandeira partidária, crença religiosa. O senhor terá em mim, governador, um parceiro da cidade, um parceiro do estado e um parceiro do país. Quero dar as mãos para o senhor para trazer os benefícios que o trabalhador de São Paulo tanto merece."
Kassab
Kassab fez um discurso apontando avanços de sua gestão, mas reconheceu que há muito a fazer. Resaltou a transição sem traumas e prometeu estar próximo de Haddad. "Fizemos juntos um raio X, um mapeamento das áreas de todos os setores administrativos. Convivemos com harmonia e respeito. Saio com minha equipe. Saímos todos com a cabeça erguida. Me afasto com sentimento do dever cumprido. Estaremos próximos, solidários, aliados. E seguiremos juntos, lutando por São Paulo e ajudando o Brasil."
Antes de terminar, Kassab fez um alerta: "Deixamos R$ 6 bilhões de recursos, todos eles vinculados. Mas a situação financeira da Prefeitura é muito difícil. Extremamente difícil. A dívida com a União é impagável. As prestações, com os juros inadequados, passam dos R$ 4 bilhões anuais, prejudicando nossa capacidade de investimento. Tive a honra de iniciar o processo de negociação dessa dívida com o governo federal. É preciso concluir essas negociações."
Metas
Em seu discurso, Haddad listou o que devem ser as prioridades da gestão. A meta número um é o combate à miséria expressa nos moradores de rua, por meio de parcerias com o governo federal. "Não é possível conviver mais tempo com tanta desigualdade. Existe ainda muita miséria na cidade de São Paulo. Vamos identificar as pessoas, vamos fazer uma busca ativa. Vamos dar o exemplo de como o programa federal de erradicação da miséria pode apresentar o seu primeiro resultado pleno na cidade mais rica do país", afirmou.
A segunda meta é a solução do endividamento da cidade com a União e obtenção de novas alernativas para ampliar o investimento. "São Paulo perdeu capacidade de investimento por causa de um acordo da dívida que não se sustenta", afirmou.
A terceira meta é a melhoria da qualidade do serviço público, com ênfase em saúde e educação. A quarta referência foi a criação de moradias. "A questão não é apenas social, é ambiental. Temos que ter um grande projeto habitacional em parceria com o governo do estado e com o governo federal. "
Vereadores
Terminada a cerimônia de posse, os vereadores elegeram quem vai presidir o legislativo paulistano em 2013.
Por 51 votos a 1, o vereador José Américo, do PT, venceu as eleições. Ele concorreu com o vereador Toninho Vespoli, do Psol.
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