Texto: Assessoria Dep. Zé Maria
Durante a
sessão especial ocorrida na manhã de hoje, 04 de junho, na Assembléia
Legislativa do Pará, deputados, entidades governamentais e instituições
sindicais ligadas ao movimento da agricultura debateram o Programa Nacional de
Educação do Campo (Pronacampo). A sessão foi proposta pelo líder da bancada do
PT na Casa, deputado Zé Maria, e segue orientação da Federação dos
Trabalhadores em Agricultura do Pará (Fetagri-Pa).
Na ocasião, a técnica
pedagógica da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
(SECAD) do Ministério da Educação (MEC), Sirlei Rocha, apresentou os números do
projeto. Segundo ela, o programa vai oferecer apoio técnico e financeiro aos
estados, Distrito Federal e municípios para implementação da política de
educação do campo. “Trata-se de um conjunto de ações articuladas que pretende melhorar
o ensino nas redes existentes, assim como formar professores, produzir material
didático específico, dando acesso à escola por meio da recuperação da
infraestrutura e qualidade da educação no campo em todas as etapas e
modalidades”, frisou.
No campo,
23,18% da população com mais de 15 anos é analfabeta e 50,95% não concluiu o
ensino fundamental. De acordo com o deputado Zé Maria, a educação para quem
vive no campo ainda é deficitária e o Pronacampo vai dar uma nova cara ao
ensino para a população do Pará que vive longe dos grandes centros urbanos. “Em
parceria com as comunidades, prefeituras e Estado trará desenvolvimento social
e econômico ao setor agrário. Não podemos nos furtar deste debate, é nossa
obrigação como representante do povo nesta casa nos aprofundar em cada etapa do
programa”, destacou.
Levantamento realizado
pelo MEC, apresentado por Sirlei durante a sessão, aponta para a existência de
mais de 342 mil professores atuando no campo, destes apenas cerca de 182 mil
possuem ensino superior. “Por isso o programa prevê a ampliação da oferta de
cursos de licenciatura, expansão dos pólos da Universidade Aberta do Brasil
para atender prioritariamente os docentes do campo e das comunidades
quilombolas, a ofertar de cursos de aperfeiçoamento e especialização
específicos para está realidade, assim como o financiamento de pesquisas
voltadas para o desenvolvimento da educação neste setor”, explicou a técnica.
Na sessão,
ficou definida a realização de uma oficina de trabalho para que todas as
entidades que estiverem envolvidas na implementação do programa possam receber
informações detalhadas sobre todas as etapas. “Estamos aguardando a elaboração
dos editais e publicação das resoluções para iniciarmos a fase de distribuição
de investimentos nas regiões prioritárias do Pronacampo. Por enquanto estamos
trabalhando em ações articuladas com as instituições que pretendem estabelecer
relação com a educação no campo”, disse Sirlei.
Ações previstas no programa
Melhoria das
condições de acesso e qualificação da Infraestrutura escolar do campo: apoiar a
construção de 3.000 novas escolas; melhoria das condições físicas e materiais para
30.000 escolas do campo e quilombola; implantar laboratórios de informática em 20.000
escolas e garantir o acesso à internet para 10.000 escolas; universalizar o
acesso a água potável e saneamento; garantir o acesso a energia elétrica a
todas as escolas do campo e de comunidades quilombolas; inclusão das Escolas
dos Centros Familiares de Formação por Alternância – CEFFAS no FUNDEB; consulta
aos conselhos municipais e estaduais para eventual fechamento de escolas do
campo; melhorar o acesso às escolas por meio do Programa Caminho da Escola
através da utilização de ônibus, lanchas e bicicletas.
Na
mesa de
discussão estiveram presentes: Soraya Almeida, representante do
Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA); Renilton Cruz, do Fórum Nacional de
Educação no
Campo; Cintia Meireles, pró-reitora de ensino da Universidade Federal
Rural da
Amazônia (UFRA); deputados da banacada petista (Milton Zimmer, Airton
Faleiro, Carlos Bordalo e Alfredo Costa"; José Wilson de Souza
Gonçalvez, diretor de políticas sociais
da Fetagri-Pa; Aldeise Queiroz, diretora de educação para diversidade,
inclusão
e cidadania da Secretaria de Estado de Educação (Seduc); Carlos Augusto
Silva,
presidente da Fetagri e o presidente da Central Única dos Trabalhadores
(CUT),
Martinho.
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