Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV), José Serra (PSDB) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) participaram ontem a noite do primeiro debate da campanha presidencial na TV, em que discutiram vários temas como educação, saúde, meio ambiente, entre outros.
O debate foi realizado pela Band. Os candidatos responderam a perguntas da produção e de jornalistas da emissora. Também puderam fazer perguntas entre si. Como já era esperado parte do debate ficou polarizado entre Dilma e Serra.
Primeiro bloco
Os quatro candidatos responderam a uma mesma pergunta elaborada pela produção. Deveriam escolher, entre segurança, educação e saúde, qual área irão priorizar imediatamente após a posse e quais seriam as primeiras medidas.
Dilma afirmou não ser possível priorizar uma área. "Um governo tem que atender simultaneamente a todos os temas." Citou propostas em educação, como ênfase em qualidade do ensino e remuneração e "formação continuada" dos professores.
Perguntas
No início da rodada de perguntas entre candidatos, Serra perguntou a Dilma sobre quais são suas "propostas concretas" em saúde, segurança e educação.
Dilma disse que irá completar o SUS (Sistema Único de Saúde) e criar 500 unidades de pronto-atendimento 24 horas. Em segurança, citou a experiência das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) do Rio; em educação, prometeu "grande ênfase" em educação profissional.
Plínio quis saber a opinião de Dilma sobre três temas: promoção de plebiscito para limitar todas as propriedades agrícolas em 1.000 hectares, redução da jornada de trabalho sem redução de salário e "anistia aos desmatadores".
Dilma disse ser contra qualquer medida que "flexibilize a possibilidade de desmatamento". Sobre jornada de trabalho, disse que o Brasil "é composto por milhões de situações diferentes" e que a "discussão tem que ser específica".
Segundo bloco
Serra questionou Dilma sobre a relação da União com as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). Ele disse que o governo federal estava discriminando essas entidades.
Dilma rebateu e disse que não concordava "de jeito nenhum" com as declarações do adversário. "Se teve um governo que se comprometeu com essa questão do transporte escolar, que se comprometeu também com a ajuda à criança, ao adolescente e ao adulto excepcional foi o nosso governo. E isso ficou claro não só no que se refere à questão da educação", respondeu.
Marina abordou o tema da educação, voltou a defender o investimento de 7% do PIB em educação e questionou Dilma sobre como fazer isso imediatamente.
Dilma defendeu maior investimento na área e propôs acabar com a chamada progressão automática e continuada. "É importante que as crianças tenham conhecimento testado até para a gente poder reforçar quando não estiverem adequados", disse.
Terceiro bloco
Serra questionou Dilma sobre saúde. "Por que houve o encolhimento de cataratas, varizes, próstatas e muitas outras cirurgias?". Em sua resposta Dilma disse não ser contra mutirões de cirurgias, mas que a ação não pode ser prioridade em política de saúde. Defendeu o fortalecimento do SUS, com criação de unidades de pronto-atendimento e policlínicas.
Ao fazer sua pergunta, Plinio disse que o governo federal gasta três vezes mais com o serviço da dívida do que com o Bolsa-Família, e pediu que Dilma explicasse a situação.
Dilma novamente defendeu as políticas sociais do governo Lula. "Nós tivemos no Brasil uma situação muito diferente do que foi pintada aqui". Citou ainda ações federais de incentivo à agricultura familiar.
Quarto bloco
No último bloco, os candidatos responderam a perguntas formuladas pelos jornalistas Joelmir Beting e José Paulo de Andrade, que escolhiam um candidato.
Dilma, questionada sobre a possibilidade de reduzir juros e impostos sem um forte enxugamento dos gastos no setor público, apontou um "acelerado processo de redução do endividamento público" no país.
"Quando chegamos ao governo, (a dívida pública em relação ao PIB) estava em 60% e vamos chegar agora a 42%. Acho que em 2014 nós chegaremos a 30%", estimou. Dilma fez comparações a gestão passada. "No governo anterior, os juros reais estavam entre 15% a 20%. Chegaram até a 23% no primeiro mandato. Agora estamos numa faixa de 5% ou 6%", disse.
Considerações finais
Neste momento final Dilma afirmou que "coordenar a equipe de ministros do presidente Lula" foi a "experiência mais vigorosa e importante" de sua vida. Citou a convivência com a "generosidade e inteligência política" do presidente. Disse ter compromisso com a erradicação da pobreza e afirmou que "as mulheres estão preparadas para ser presidente da República".
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