domingo, 27 de junho de 2010
Desenvolvimento do Xingu em debate
Fórum Regional debate desenvolvimento com responsabilidade social
Um amplo debate envolvendo diversos segmentos da sociedade, em torno do projeto de implantação da Hidrelétrica de Belo Monte, foi realizado nesta quinta-feira (24) no município de Altamira, reunindo mais de 300 representantes de entidades públicas e privadas na sede do Centro Empresarial do município. O II Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu) tem como tema o "Desenvolvimento com responsabilidade social".
Organizado pelo Fort Xingu, composto por mais de 170 entidades, o encontro pretendeu esclarecer e concretizar as ações planejadas para a região, as quais constam do plano de mitigação dos possíveis danos ambientais e sociais advindos com o empreendimento. Com uma população de quase 350 mil pessoas, são 11 os municípios na área de influência do projeto Belo Monte: os 10 que compõem a região do Rio Xingu/Transamazônica e o município de Gurupá, da região do Marajó. Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo são os municípios atingidos diretamente pela usina.
O encontro deste ano está superando as expectativas dos organizadores, o que reflete o interesse da sociedade em participar das discussões sobre Belo Monte, de acordo com Vilmar Soares, coordenador do Fort Xingu. Segundo ele, a presença de representantes de todos os municípios envolvidos para ouvir autoridades do setor elétrico brasileiro, lideranças políticas e representantes das demais organizações, com a finalidade de entender melhor o projeto e seus detalhes técnicos, é essencial para que essa informação chegue de forma mais clara a toda a população.
Com capacidade instalada de geração de mais de 11 mil megawatts, Belo Monte será a segunda maior usina do Brasil e a terceira do mundo. Os investimentos do projeto totalizam R$ 4 bilhões, destinados a compensações socioambientais, dos quais R$ 500 milhões fazem parte do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, incluído no edital de licitação de Belo Monte. No encontro estão sendo debatidas ações que podem levar a região a um crescimento econômico, com justiça social e respeito ao meio ambiente.
Sustentabilidade - Na plateia de abertura do II Fort Xingu estavam algumas índias da etnia não-aldeada Xipaia, de Altamira, e representantes de várias entidades do terceiro setor, como o Conselho de Bairros e Entidades do Município de Altamira (Conbemat). Participaram da mesa de abertura Odileida Sampaio, prefeita de Altamira; Jorge Gonçalves, presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril de Altamira (Aciapa) e representante do Fort Xingu; Valdir Narzett, presidente do Sindicato do Comércio de Altamira, e Airton Faleiro, representante do governo do Estado.
Jorge Gonçalves assinalou a importância do evento para sanar dúvidas. "Acreditar em um projeto econômico viável, sustentável e socialmente justo é algo muito simples e fácil para qualquer cidadão entender", explicou. Para ele, apesar das críticas, das dúvidas e das dificuldades que todo grande projeto enfrenta, principalmente quanto às questões ambientais e sociais, a sociedade de Altamira sempre acreditou na importância do projeto, por saber que é um empreendimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.
Gonçalves também levantou alguns questionamentos relativos ao projeto, entre eles a garantia de um serviço de qualidade de telefonia e comunicação para a região, o planejamento do sistema de trânsito e a identificação de quem fará a exploração da madeira das áreas inundadas.
Na opinião do deputado Airton Faleiro, apesar da "incerteza" ainda percebida em boa parte da população, a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Altamira "selou de uma vez por todas as dúvidas sobre a implantação do projeto". O presidente e a governadora do Estado participaram de um ato público pelo desenvolvimento sustentável do Rio Xingu no estádio Bandeirão, na última segunda-feira (22).
Integração - "Este empreendimento deve estar integrado à economia regional desde a sua origem", frisou o deputado. Segundo ele, não há como discutir regularização fundiária sem incluir a regularização ambiental.
Após a abertura do Fórum, o tema da primeira mesa foi "Belo Monte, oportunidades e ameaças do Projeto Básico Ambiental (PPA)". Abrindo as discussões, Márcia Camargo, representando o Ministério de Minas e Energia (MME), abordou as diretrizes socioambientais: inserção regional e internacionalização de benefícios. Também participaram da mesa Luiz Fernando Rufato, superintendente das Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte); o engenheiro representante do Grupo Senec, Carlos Alberto Netto, e o deputado estadual Valdir Ganzer.
À tarde foram debatidos os seguintes temas: "Diligências da Comissão do Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal" e "Câmara dos Deputados - Comissão da Banca da Amazônia".
Fonte:Secom
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário